
Cerca de 80 moradores da comunidade de Lajeado Grande, distrito de São Francisco de Paula, e outras localidades próximas, fizeram uma caminhada na tarde de hoje em protesto contra as condições precárias da ponte sobre o Rio Bururi, na ERS-476. O fato de ter sido interditada para veículos acima de 4 toneladas, causando a usuários do transporte escolar o transtorno de descer do ônibus a atravessar a ponte a pé para depois subir novamente no veículo, foi a gota d´'agua de uma situação que incomoda os moradores há muito tempo. A última reforma foi há 25 anos.
Os moradores que dependem do transporte de ônibus das empresas Planalto e Citral, que parou de ocorrer desde a interdição, no dia 20 de junho, pedem agilidade para reabertura da ponte. Para quem a utiliza no dia a dia, o principal foco das reclamações são as tábuas soltas e irregulares e a falta de proteções resistentes nas laterais, que provocam o risco de queda do usuário.
Organizada por alunos da Escola Estadual Lajeado Grande, a caminhada partiu do posto de saúde, passou em frente ao prédio da escola e cruzou a ponte no sentido São Francisco de Paula-Bom Jesus. Os protestantes que carregavam cartazes feitos a caneta hidrocor e papel pardo fixaram suas mensagens a fita adesiva nas laterais da ponte. Um boneco de pano simulando uma possível queda também foi fixado na proteção lateral, chamando a atenção dos motoristas que atravessavam a ponte de carro após a dispersão dos manifestantes.
A jovem Simone dos Santos Monteiro, 18 anos, aguarda com ansiedade por reformas que permitam a reabertura da ponte para veículos pesados. Prestes a iniciar o curso de Psicologia na UCS, a moradora da comunidade Casa Verde, que pertence ao distrito de Cazuza Ferreira, ainda não sabe como irá se locomover até a faculdade. Se a ponte permanecer interditada, deverá ir até o município de Jaquirana, distante 15 quilômetros, para então pegar o transporte para a UCS.
- Vou ter que ir até Jaquirana de carro, gastar mais, demorar mais, apenas porque o ônibus não pode passar por uma ponte - lamenta.
Consultado pela reportagem, o responsável pela 15ª Superintendência do Daer, em São Francisco de Paula, Adalmiro Silva Neto, afirma que o Daer está fazendo uma licitação para a reforma, mas que devido as altos custos o projeto é de longo prazo.