Autoridades da área da infância e juventude de Caxias do Sul afirmam que 70% dos internos do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) são reincidentes, principalmente devido a roubo. É por meio do assalto que os adolescentes buscam dinheiro para andar com roupas da moda e outros acessórios do universo juvenil, alimentando seu desejo material.
Até a última semana, 69 rapazes, com idades entre 12 e 21 anos, estavam recolhidos na instituição com capacidade para 40. A maioria deles, atraída pelo lucro rápido das ações criminosas. Os delitos praticados pelos internos também têm se tornado mais violentos, com aumento de 15,63% dos casos de assassinatos.
- Os jovens não são pressionados a cometer um roubo ou entrar no tráfico, por exemplo, mas fazem isso por perceber que a ação gera um lucro alto e rápido. Na medida que também gastam rapidamente em roupas de marca e festas cotidianas o que arrecadam, cometem novos delitos. O que interessa pra eles é o status de ser "o cara cheio da grana", sem precisar trabalhar demais - observa a titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Suely Rech.
Ao interesse consumista, a psicóloga do Case Tereza Cost acrescenta a desestrutura familiar e a evasão escolar como causas do ingresso e permanência do menor na marginalidade:
- O jovem se encontra numa etapa de vida de maior vulnerabilidade e de intensas mudanças. Assim, fica mais suscetível às influências externas, sobretudo do grupo de amigos.
Confira a reportagem completa no Pioneiro deste final de semana.
Infratores
Lucro rápido das ações criminosas é responsável por alta reincidência entre internos do Case, em Caxias do Sul
A desestrutura familiar e a evasão escolar também são apontadas como causas
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