O advogado Luís Fernando Possamai, defensor de Marcelo Sidnei Pires, 29 anos, no Tribunal do Júri, solicitou que o réu seja submetido a exame de sanidade mental antes de ser julgado pelo assassinato da frentista Daisy Cruz. A sessão começou às 9h desta sexta-feira no plenário do Fórum de Caxias do Sul.
Segundo Possamai, há fundamentos na denúncia do Ministério Público e no inquérito da Polícia Civil indicando que Pires tem problemas mentais e há anos usa cocaína. Por isso, na interpretação do defensor, o motorista deve ser tratado clinicamente, não podendo ser julgado.
A promotora Sônia Eleni Correa Mensch discordou do pedido da defesa, argumentando que durante a face judicial do processo Pires não apresentou nenhum sinal de insanidade e negou uso de drogas. A promotora destacou que o réu, devido à sua função de motorista da Visate, transportava diariamente centenas de pessoas. Por isso, a empresa exigia exames rigorosos para atestar a capacidade do profissional.
Reveja nas imagens o local onde o corpo da jovem foi encontrado: A juíza Milene Fróes Rodrigues Dal Bó, com a concordância da acusação e da defesa do réu, solicitou que um oficial de justiça vá até a Visate requerer a ficha médica de Pires e a traga até o Fórum. O corpo de jurados já foi sorteado e é formado por uma mulher e seis homens. Apesar do pedido da defesa, o júri prossegue. Nesta fase da sessão, testemunhas de acusação estão sendo ouvidas.
Marcelo Sidnei Pires foi conduzido ao plenário pouco antes das 9h e permanece todo o tempo com os braços cruzados. Na maioria das vezes, mantém o olhar para baixo.
Entenda o caso
:: A frentista Daisy Cruz, 24 anos, estava desaparecida desde a tarde de segunda-feira, dia 20 de agosto de 2012. As primeiras informações indicavam que, por volta das 14h50min daquele dia, moradores do bairro Cidade Nova, onde ela reside com os tios e uma prima, viram Daisy gritando dentro do carro do homem por quem teria um relacionamento, o motorista da Visate Marcelo Sidinei Pires, 30 anos.
:: Na segunda-feira, de acordo com testemunhas, logo após Daisy sair de casa para ir ao trabalho, Pires teria a abordado em uma rua do Cidade Nova. Já no Astra, a jovem teria gritado por ajuda, mas o motorista conseguiu levá-la com ele
:: Um tio da frentista comunicou o sumiço à polícia ainda na segunda-feira :: No domingo, a frentista e o motorista teriam encerrado um relacionamento amoroso que durou cerca de três meses. A frentista teria desistido do namoro ao descobrir que o motorista era casado.
:: Na manhã de terça-feira, dia 21 de agosto, Pires se envolveu em um acidente de trânsito na BR-116. Na colisão entre o ônibus que ele dirigia e um caminhão, morreu o caminhoneiro Eligio José Echer, 50. Após o acidente, Pires foi internado no Hospital Pompéia
:: Na quinta-feira, dia 23 de agosto, três testemunhas apontaram, em depoimento na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, a suspeita de que o motorista seria o responsável pelo desaparecimento da frentista
:: Nesta sexta-feira, dia 24 de agosto, Pires recebeu alta do hospital e confessou envolvimento no desaparecimento da jovem em depoimento à Polícia Civil no final da tarde.
:: No começo da noite de sexta-feira, dia 24 de agosto, o corpo da frentista foi encontrado no caminho para a Linha 40.
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