Como conseguir melhorar as vendas? Como abrir um negócio? Como fazer com que as pessoas entendam o meu produto? Essas e outras questões constantemente batem à porta e são o foco da discussão das pessoas que buscam a inovação. Para ajudá-las, foi criada a Semana Global do Empreendedorismo, que ocorre simultaneamente em 120 países e mobiliza mais de 1,7 milhão de pessoas no Brasil. O evento deste ano se encerrou no último domingo, mas haverá atividades até o fim do mês (consulte a programação no site).
A anfitriã nacional é a Endeavor Brasil - com outras oito organizações-chave que formam o Conselho Nacional: Aliança Empreendedora, Artemisia, Ashoka, Brasil Junior, Conaje, Globo, Junior Achievement, Sebrae -, o objetivo é auxiliar novos empreendedores a desenvolverem seus negócios.
Para quem está disposto a arregaçar as mangas e a colocar suas ideias em prática, Vanessa Pereira, responsável pela área de Cultura e Educação da Endeavor-RS, dá algumas dicas.
Informações para inspirar
Confira algumas dicas de Vanessa Pereira, da Endeavor-RS, sobre como empreender na vida e na universidade:
Aprende-se a empreender?
- Sem dúvida. O tempo todo e de muitas formas. Empreendedorismo é você encontrar uma forma de se manter financeiramente com atividades que lhe dão felicidade. E também que promovem felicidade e bem-estar para as pessoas. O aprendizado do empreendedorismo pode se dar em muitas fontes: livros sobre marketing e estratégias de posicionamento de marca ou cursos em áreas estratégicas para os seus negócios. Eventos são especialmente instrutivos e motivadores, porque promovem trocas de experiências e percepções a respeito do tema. Essa troca, o contato humano, a possibilidade de aprender com a visão do outro é a maior riqueza dos empreendedores, em qualquer fase do aprendizado (e ele nunca acaba).
- As universidades e as escolas têm papel fundamental para instigar os alunos a vivenciar isso. Ações como a miniempresa da Junior Achievement ajudam a trazer para dentro da escola um empreendedorismo natural, que faz com que nasça uma chama - e que, posteriormente, perdure na universidade.
Como empreender na universidade
- Estudo realizado pela Endeavor mostrou que, no Brasil, seis em cada 10 estudantes universitários pensam em ter sua própria empresa. A pesquisa, lançada na Rodada de Educação Empreendedora, teve como objetivo entender o pensamento dos universitários sobre empreendedorismo.
- Um dado interessante diz respeito a uma comparação entre os estudantes de Arquitetura e Administração. Segundo a pesquisa, o percentual de universitários de Arquitetura que pensa em empreender é apenas 0,1% menor que os alunos de Administração que sonham ter o próprio negócio. Porém, os alunos da Arquitetura são muito menos preparados - apenas 21,9% já cursaram alguma disciplina de empreendedorismo na universidade.
- O empreendedorismo na universidade (ou a forma como o pensamos) deve ser condizente com o mercado em que o aluno está inserido. Para isso, ele deve ser apresentado a esse mercado, para que vivencie o dia a dia das empresas, sejam elas startups ou multinacionais. Isso é fundamental para que o aluno decida e entenda como é a realidade do mercado, que nem sempre está próxima da universidade. E juntar essas realidades, tornando-as mais próximas, faz com que o aluno se sinta mais confiante nas suas decisões. E, vale lembrar: "empreendedorismo" ou espírito empreendedor é um diferencial para qualquer cargo.
O que é empreendedorismo colaborativo?
- Todas as empresas passam pela fase do colaborativismo. Quando são criadas, elas precisam de pessoas que acreditem em suas propostas e essa fase é fundamental para o seu crescimento. Porém, as que são feitas de negócios colaborativos, como o Entregas.me (de empreendedores gaúchos) e o Mercadolivre (nacional), criam comunidades em seu entorno. Elas precisam dessas pessoas para que os negócios aconteçam e, nesse sentido, o empreendedorismo é colaborativo.
- A busca por um objetivo comum e a realização de um sonho, que pode ser de um grupo, transforma, pouco a pouco, a visão somente competitiva que se tinha do empreendedor. Hoje, buscamos valores maiores do que os financeiros. Estamos entendendo que é muito melhor pensarmos e conseguirmos juntos do que competindo pelo melhor cliente ou pelo melhor salário sozinhos.
- Hoje, compreende-se a importância de as pessoas estarem de fato motivadas a construir um projeto junto, gerando um impacto positivo na sociedade. Ser empreendedor é estar constantemente inquieto e procurando provocar mudanças positivas, não só para si, mas principalmente para o meio. O empreendedorismo colaborativo une as pessoas para algo maior, desperta o interesse por uma causa, construindo algo maior do que elas são sozinhas.