O acidente que vitimou os três jovens Lucas Oliveira Martins, 20 anos, Guilherme Souza Viezzer, 18 e Maicon Lemos de Camargo, 25 anos completou um ano no dia 6 de novembro. O trágico capotamento de um Tempra em plena Avenida Itália, no Centro de Caxias, deixou apenas dois sobreviventes: Luis Felipe dos Santos Rosa, 18 anos e Charles Valmor Medeiros. Os dois ainda moram na cidade e retornam lentamente à rotina.
Mesmo com dificuldades para levantar peso, Luis voltou ao trabalho como açougueiro. É a atividade em um mercado no bairro Serrano e a academia que preenchem os dias do jovem. Em um ano após a tragédia, foi a apenas duas festas e voltou para casa de táxi. No acidente, Luis Felipe estava no banco de trás.
- Antes eu saía demais para festas, aprontava demais, minha mãe reclamava um pouco. Agora eu só trabalho e fico em casa - conta.
O jovem passou praticamente toda a recuperação em Bom Jesus, sob os cuidados dos pais. Retornou a Caxias há cerca de três meses e mora com dois irmãos mais velhos no Serrano.
No último dia 6, exatamente um ano após a tragédia, Charles Valmor Medeiros acordou de sobressalto. Eram exatamente 6h, hora em que o Tempra capotou. Ele perdeu o sono e ligou para o pai, que vive em Capinzal, para conversar. É conversando com amigos e familiares que ele se acalma e tenta conscientizá-los a não misturar álcool e direção. Por iniciativa própria, voltou ao local do acidente dias depois, foi ver o que restou do carro e assistiu a vídeos sobre o socorro na internet.
- No começo eu não conseguia dormir, passei muitas noites em claro, passava aquele filme na minha cabeça. Agora estou melhor - diz.
Enquanto não tem liberação da perícia para voltar a trabalhar como soldador, Charles, 28 anos completos quinta-feira, passa os dias em casa.
Tragédia
"Antes eu aprontava demais", lembra sobrevivente de acidente que matou três em São Pelegrino, Caxias do Sul
Luis Felipe dos Santos Rosa e Charles Valmor resistiram à tragédia
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