A dona de casa Leda Gladis de Brito, 58 anos, conheceu a afilhada de 10 meses há poucas semanas. A bebê nasceu prematura, sofreu parada respiratória e ficou com sequelas. Foi abandonada pela família biológica ao nascer e hoje vive no Hospital Pompéia, em Caxias do Sul.
- Tão linda que é essa menina, não sei como puderam fazer isso... - questiona Leda sobre o abandono.
A dona de casa se aproximou da afilhada quando buscava informações sobre adoção. Com oito filhos já criados e 13 netos, a mulher imaginou que havia fôlego para criar outra criança. Procurou o Juizado da Infância e Juventude, mas se deparou com uma longa fila.
Os funcionários da Associação Jesus Senhor souberam do interesse e apresentaram a mulher ao programa Apadrinhamento Afetivo. Ela aceitou de imediato. Todos os dias, Leda sai de casa, no Jardim América, para visitar a pequena no hospital. Permanece três horas brincando, acariciando, abraçando e conversando com a bebê. Desde então, a criança vem apresentando melhoras significativas na saúde.
No início, as visitas deveriam ser restritas aos finais de semana, mas os responsáveis concordaram em ampliar o contato. Assim como a menina, outras 16 crianças e adolescentes com possibilidades remotas de adoção são beneficiados pelo Apadrinhamento Afetivo.
O padrinho ou a madrinha é aquela pessoa que não pretende adotar crianças, mas tem motivação de sobra para dar assistência moral, afetiva e educacional. O programa é visto como alternativa para menores que precisam de referência além dos servidores das instituições.
Os vínculos entre padrinho e afilhado são apenas afetivos, não se trata de adoção. A responsabilidade pelos menores continua sendo do poder público. Em Caxias, o serviço é coordenado pela Fundação de Assistência Social (FAS) e executado pela Associação Jesus Senhor.
Levantamento da FAS indica que pelo menos 35 menores aguardam a chance de encontrar um lar para passar os finais de semana. Informações sobre o programa podem ser obtidas pelo telefone (54) 3901.1508, de segunda a sexta, em horário comercial.
Para ser padrinho de crianças e adolescentes que estão em abrigos públicos é necessário:
- Ser maior de 18 anos
- Não estar cadastrado na lista de adoção do Juizado da Infância e Juventude - Ser residente em Caxias
- Todos os familiares que moram na casa dos padrinhos precisam concordar em participar do programa
- Ter disponibilidade de tempo
- Avaliação psicológica e social favorável
Infância e Juventude
Saiba como apadrinhar crianças e adolescentes que moram em abrigos de Caxias do Sul
Qualquer homem ou mulher pode apoiar e dar carinho a menores vítimas de abandono ou negligência
Adriano Duarte
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project