Entenda o caso
:: A frentista Daisy Cruz, 24 anos, estava desaparecida desde a tarde de segunda-feira, dia 20 de agosto de 2012. As primeiras informações indicavam que, por volta das 14h50min daquele dia, moradores do bairro Cidade Nova, onde ela reside com os tios e uma prima, viram Daisy gritando dentro do carro do homem por quem teria um relacionamento, o motorista da Visate Marcelo Sidinei Pires, 30 anos.
:: Na segunda-feira, de acordo com testemunhas, logo após Daisy sair de casa para ir ao trabalho, Pires teria a abordado em uma rua do Cidade Nova. Já no Astra, a jovem teria gritado por ajuda, mas o motorista conseguiu levá-la com ele
:: Um tio da frentista comunicou o sumiço à polícia ainda na segunda-feira :: No domingo, a frentista e o motorista teriam encerrado um relacionamento amoroso que durou cerca de três meses. A frentista teria desistido do namoro ao descobrir que o motorista era casado.
:: Na manhã de terça-feira, dia 21 de agosto, Pires se envolveu em um acidente de trânsito na BR-116. Na colisão entre o ônibus que ele dirigia e um caminhão, morreu o caminhoneiro Eligio José Echer, 50. Após o acidente, Pires foi internado no Hospital Pompéia
:: Na quinta-feira, dia 23 de agosto, três testemunhas apontaram, em depoimento na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, a suspeita de que o motorista seria o responsável pelo desaparecimento da frentista
:: Nesta sexta-feira, dia 24 de agosto, Pires recebeu alta do hospital e confessou envolvimento no desaparecimento da jovem em depoimento à Polícia Civil no final da tarde.
:: No começo da noite de sexta-feira, dia 24 de agosto, o corpo da frentista foi encontrado no interior de Caxias do Sul, no bairro Nossa Senhora da Saúde.
:: Marcelo Sidinei Pires é recolhido à Penitenciária Industrial de Caxias do Sul.
:: O corpo da frentista é sepultado em Carazinho.
A Visate se manifestou nesta segunda-feira sobre o motorista Marcelo Sidinei Pires, 29 anos, envolvido em um acidente com morte e autor do assassinato da ex-namorada na semana passada. Conforme a empresa, desde sua contratação, em janeiro de 2011, Pires sempre apresentou competências técnicas e emocionais para transportar pessoas e não tem nenhuma condenação criminal na Justiça. O Pioneiro apurou que ele responde a processo por estupro e furto.
De acordo com a assessora de imprensa da Visate, Camila Borghetti, o motorista nunca deixou de cumprir com seus deveres profissionais nem teve algum problema de má conduta no trabalho. A assessora acrescenta que o funcionário vinha sendo atendido pelo médico da empresa, para tratar de uma lesão sofrida em 30 de junho deste ano, quando teria sido atingido por uma pedrada na cabeça em serviço.
Na sexta-feira, familiares do caminhoneiro Eligio José Echer, 50, morto no acidente envolvendo seu caminhão e o ônibus da Visate dirigido por Pires, reclamaram não terem sido procurados pela empresa. Conforme Camila, no final de semana a Visate contatou com a família de Echer e tão logo a investigação da Polícia Civil avance, decidirá que tipo de assistência prestará aos parentes da vítima.
Nas imagens, o local onde o corpo da frentista foi encontrado:
À polícia, Pires declarou que, quando a frentista caiu desacordada e ao ver que ela ainda se mexia, ele amarrou os pés e as mãos dela e cobriu o corpo com terra e pedras. Segundo a delegada, é preciso aguardar laudos de exames para esclarecer se Daisy estava realmente viva quando teve o corpo encoberto.
- Somente o resultado da necropsia vai definir a real causa da morte - acrescentou Suely.
Ainda de acordo com Suely, Pires deve ser indiciado por homicídio qualificado e sua pena pode ser de até 30 anos.
Foto: Arquivo pessoal, divulgação