Motorista e funcionária de escola esquecem menino dentro de micro-ônibus escolar em Caxias

Uma criança de dois anos e quatro meses foi esquecida dentro de um micro-ônibus escolar na última sexta-feira, em Caxias do Sul.

O menino entrou no veículo no bairro São Victor Cohab às 7h50min e desembarcaria em uma escola de educação infantil, no bairro Bela Vista, 15 minutos depois.

Porém, ele não foi visto pela funcionária da escola que acompanha as crianças e nem pelo motorista.

O aluno foi resgatado do veículo por volta das 9h45min, por uma vizinha do motorista. Sem conseguir contatar com o condutor, a mulher deu abrigo ao menino.

Depois de deixar os estudantes na escola, o condutor, que é o proprietário do micro-ônibus, foi para casa, no bairro Cruzeiro.

Como de costume, estaciona o veículo em frente à residência e segue de carro até seu outro trabalho, em Fazenda Souza.

Quando voltou para casa, no meio da tarde, foi avisado pela vizinha. Somente por volta das 16h30min a criança chegou na escola.

A mãe ficou sabendo do caso apenas na segunda-feira. Ela procurou o Conselho Tutelar e registrou ocorrência policial. 

- O guri está traumatizado, não dorme direito, chora, se bate. Não quer mais ir para a escola, se gruda na gente. Tivemos sorte dele estar vivo. Não quero que aconteça com outra criança - indigna-se a mãe, de 36 anos, que trabalha com faxina.

A escola tem convênio com o município. Estudam ali com recursos da prefeitura 53 crianças. O transporte também é pago pelo município.

Mas é a associação filantrópica Educaritá que contrata os professores. Ao tomar conhecimento do caso, a Secretaria da Educação ouviu as explicações do motorista e da representante da associação.

De acordo com a secretária Jaqueline Marques Bernardi, a funcionária que deveria embarcar e desembarcar as crianças foi demitida na quarta-feira. A decisão foi tomada em conjunto pelo município e pela Educaritá.

Já o futuro do motorista será definido pela procuradoria do município, conforme Jaqueline.

O Pioneiro conversou com o motorista na quarta-feira. Embora não fuja de sua responsabilidade, o condutor afirma que quem tinha de cuidar da entrada e saída dos estudantes era a funcionária da escola.

O Pioneiro procurou também a coordenadora da escola e a funcionária, mas elas não quiseram se manifestar.