Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que em 2012 serão diagnosticados 520 mil novos casos da doença no Brasil. Destes, 312 mil, segundo o Ministério da Saúde, precisarão de radioterapia em alguma etapa do tratamento. No entanto, o déficit do no número de aparelhos para radioterapia no país impede que todos sejam atendidos.
Com uma população aproximada 200 milhões de habitantes, seriam necessários 335 aceleradores lineares para suprir a demanda. Porém, existem atualmente apenas 230 máquinas que atendem exclusivamente via SUS. Dois Estados (Amapá e Roraima) sequer possuem serviço de radioterapia.
O aposentado Luiz Clovis de Lima Tietbohl, 59 anos, sentiu na pele as consequências dessa ineficiência. Em 2011, ele teve um câncer diagnosticado sob a língua que demorou seis meses para ser descoberto. Durante esse tempo, Tietbohl foi tratado como se tivesse problemas dentários.
- Começou com uma dor na garganta. Consultei um médico, que me receitou antibióticos, mas não resolveu. Fui a um dentista, que também me deu remédios. Fiz Raio-X, e nada de descobrirem o que era. A dor era intensa, tinha dificuldade para falar, não conseguia engolir. Me trataram durante seis meses como se eu tivesse problema no dente _ lembra Tietbohl.
A maior parte do tratamento foi feita em Porto Alegre, já que em Caxias do Sul há apenas um acelerador, por meio de um convênio entre a prefeitura e uma clínica. Ainda assim, o equipamento é considerado obsoleto.
Conforme o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc), Anderson Arantes Silvestrini, no Brasil, cerca de 60% dos casos de câncer são diagnosticados em estágios 3 e 4, numa escala que vai de 1 a 4, enquanto nos Estados Unidos, 80% dos diagnósticos são nas fases 1 e 2.
- Temos que mudar esse panorama para salvar mais gente - salienta.
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Oncologia
Inca prevê 520 mil novos casos de câncer no Brasil em 2012
Déficit de equipamentos atrapalha realização de tratamento de radioterapia
Diego Adami
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