Se dependesse do desejo de um antigo morador, o distrito de Vila Seca, no interior de Caxias do Sul, seria terra árida. Em 1912, a localidade contava com apenas uma bodega e um hotel para tropeiros. Chegou-se a conclusão de que uma capela seria fundamental para a organizar o vilarejo.
Alguns moradores debateram sobre qual seria o terreno ideal para receber a igreja. A preferência foi para a área doada pelo agrimensor Patrício Pasquali. O concorrente Antônio Soares, o Niquinho, defendia outro ponto. Insatisfeito, teria praguejado:
- Então façam, mas será uma vila sem água, uma vila seca.
A praga não pegou, só o nome. Niquinho, inclusive, voltou atrás e ajudou a construir a capela. Hoje, a água e os recursos naturais são abundantes, daí a graça da comunidade ter sido batizada como Vila Seca.
A comunidade foi terra dos açorianos e dos colonizadores italianos mas chega aos 100 anos mais miscigenada do que qualquer outro localidade do interior caxiense. Para marcar o centenário, o distrito promove a partir deste sábado a Festa do Pinhão.
A abertura terá cavalgada e inauguração do Marco da Rota dos Tropeiros e descerramento da placa comemorativa do centenário da Capela do Divino Espírito Santos. O ginásio de esportes do distrito abrigará a festança, incluindo feira de artesanato e praça de alimentação. A comunidade promove também concurso de pratos doces e salgados a base de pinhão.
Cotidiano
Comunidade no interior de Caxias do Sul comemora 100 anos
Ao contrário do que diz o nome, Vila Seca é conhecida pela abundância de recursos naturais
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