O montador Anderson Borges Jordão, 24 anos, e os vizinhos, continuam sem ter condições de recuperar eletrodomésticos, comida e material de construção perdidos durante as fortes chuvas no mês de fevereiro que alagaram o bairro Pôr-do-Sol, em Caxias do Sul. Eles contavam com a possibilidade de retirar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para reaver parte dos bens. Mas, o saque do benefício, liberado quando uma cidade decreta situação de emergência, ainda não está autorizado em Caxias.
O benefício deveria estar disponível desde o dia 16 de março, quando o Ministério da Integração Nacional publicou em diário oficial o reconhecimento da situação de emergência do município. Mas, segundo a Caixa Econômica Federal, o fundo não foi liberado porque a prefeitura não enviou ao banco o documento que indica as áreas afetadas pelo temporal para que os moradores pudessem ser cadastrados.
- Depois do alagamento, o secretário de obras da época, Elói Frizzo, esteve aqui e disse que a prefeitura encaminharia os papeis para que pudéssemos sacar o fundo de garantia em 15 dias. Estivemos na prefeitura, após o prazo, e disseram que precisavam esperar a resposta vinda de Brasília. Na Caixa, informaram que não poderiam liberar sem serem comunicados oficialmente pelo município - relata Jordão, que atualmente divide a casa com os pais, a esposa e o filho de dois anos e três meses. À noite, a criança que perdeu o berço na enxurrada, dorme com o pai e a mãe em uma cama de casal.
Na avaliação do secretário executivo da Defesa Civil de Caxias e diretor-geral da secretaria de Segurança Pública e Proteção Social, José Francisco Barden da Rosa, a liberação do benefício não aconteceu por falha de comunicação entre o governo federal e o banco.
- No texto do decreto de emergência enviado pela prefeitura ao governo federal em fevereiro já era explicada a situação em que as famílias se encontravam. A partir daí, a liberação de verbas e também do FGTS acontecem de modo escalonado dentro do governo até chegar à Caixa - diz Barden.
Entretanto, o banco diverge:
- Pelas orientações do governo federal e do conselho do FGTS para situações de emergência, o documento da prefeitura sobre as áreas alagadas é essencial para que o banco possa prosseguir com o cadastro e pagamento aos moradores - afirma o assessor de comunicação da Caixa, Carlos Botti.
Mais informações você confere na edição impressa do jornal Pioneiro deste final de semana.
Alagamentos
Moradores de áreas prejudicadas pela chuva, em Caxias do Sul, querem a liberação do FGTS para recuperar bens perdidos
O benefício deveria estar disponível desde o dia 16 de março
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