
O assunto Sociedade Anônima do Futebol (SAF) não é novo. Há alguns anos, alguns clubes migraram para essa modalidade, com a experiência de maiores investimentos no futebol. Na Série C do Brasileiro, o Caxias irá encontrar alguns exemplos de SAF e terá que competir com eles.
— Trabalhando, pesquisando, achar o jogador que ainda o mercado não viu, trazer e aí pôr na mídia, pôr na vitrine. Então, é isso que a gente tem que fazer. Porque, senão, a gente vai ficar para trás. Mas nós estamos trabalhando. Eu tenho confiança. Eu fiquei muito otimista com o que eu vi contra o Fluminense. Gostei do time. Achei que cresceu muito. Mostrou qualidade, mostrou força — comentou José Caetano Setti, vice-presidente de futebol do Caxias.
A Série C conta com alguns clubes que já são SAF e outros que podem virar. O Maringá, que subiu da Série D, é a SAF mais antiga. O clube adotou o modelo em 2022, e desde então tem dois vice-campeonatos paranaenses, um acesso nacional, além de mais de boas campanhas nas últimas edições da Copa do Brasil, inclusive eliminando o Juventude neste ano.
— O Maringá tem um trabalho. Eu acho que o comando técnico do Maringá é o mais longo do futebol brasileiro. Para mim, ele tem uma ideia estabelecida. Se a gente entrar no mérito da questão, é um futebol que foge um pouquinho do normal de plataforma. Não é marcação individual o tempo inteiro. Tem que saber jogar com o Maringá, é difícil. A gente viu o Juventude passar trabalho com isso — analisou o técnico Luizinho Vieira.
Outro exemplo é o Londrina, que aprovou, no início do ano passado, a venda de 90% para a Squadra Sports, grupo liderado por Guilherme Belintani, ex-presidente do Bahia.
Já o Figueirense, em 2023, vendeu 90% das ações da sua SAF para o fundo de investimento Clave. No entanto, no ano passado, foi eliminada na primeira fase da Série C. Sendo SAF ou não, o Caxias terá que superar os investimentos maiores dos seus adversários.
— Se você pegar o Caxias do Campeonato Gaúcho, quando enfrentou o Grêmio e o Inter, e Fluminense (clubes de grande investimento) foi uma evolução grande. Mas acho que o Caxias melhorou no Grêmio, melhorou contra o Inter e melhorou muito contra o Fluminense. E são três gigantes do futebol brasileiro, que não dá para questionar. Então, é nesse ponto que a gente está tentando buscar a solução para o Caxias — finalizou Setti.
Outro clube da Série C que segue esse caminho da SAF é o Náutico, que recebeu uma proposta do Consórcio Timbu, formado por um grupo de investidores, para assumir 90% das ações da Sociedade Anônima de Futebol do clube.
Em fevereiro, o Botafogo-PB também deu passo importante para fazer a venda do seu departamento de futebol. Além de dividir oficialmente em clube associativo e Sociedade Anônima do Futebol, também constituiu de maneira oficial a SAF.