A permanência do Juventude na Série A do Brasileirão poderia ser dividida em episódios, como as séries que dominam o mercado de streaming. O gênero o torcedor pode escolher, mas o último capítulo seria um belo final feliz.
A vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, no colossal Morumbi, entrou para a história recente do alviverde, pois garantiu o time em mais um ano na Série A do Brasileiro.
Antes do jogo, o clima no vestiário alviverde era de concentração. "Jogar como se fosse o último jogo" foi uma das frases gritadas pelos jogadores enquanto se fardavam. Mesmo fora da partida, o zagueiro Rodrigo Sam esteve no vestiário e profetizou:
— Temos a capacidade de sair com a vitória sim. É só acreditar — disse Sam.
O lateral Alan Ruschel perdeu a titularidade na reta final do Brasileiro, mas não perdeu o espírito e o DNA jaconero. Ele pode ter sido criticado pelo torcedor, mas a sua voz não se calou quando a equipe mais precisou.
— Dependemos só do nosso sacrifício. Estamos a um passo do objetivo. Corre desde o começo. Corre! Tem 10 querendo entrar rapaziada. Não deixem a oportunidade passar. É um pelo outro até o final. Foi assim o campeonato e vamos acabar assim — gritava Alan Ruschel.
Carregando as cores da bandeira do Rio Grande do Sul, em um ano marcado pela tragédia das enchentes de maio, o time entrou em campo representando milhares de torcedores e levando no peito o sentimento de superação.
— O que estamos fazendo é história, põe na cabeça. Concretize isso aqui que está acontecendo — dizia Zé Marcos, outro titular que virou reserva.
Até mesmo os mais tímidos do elenco, aos olhos do torcedor, revelaram a força da sua voz. O apito final significou uma grande explosão coletiva, a do abraço.
REUNIÃO DECISIVA
Depois do jogo, o técnico Fábio Matias revelou uma conversa que teve com os líderes do elenco.
— Tivemos um dia antes uma conversa com as lideranças do grupo, a gente sentou, conversei, seis caras que são especiais também como líderes dentro do grupo. Conversamos a respeito e repassei isso. Que não pode haver uma desmobilização pelos outros, mas sim a gente continuar a nossa. Essa mobilização tem que continuar até o jogo de domingo. Com essa possibilidade sim, hoje clara e objetiva jogar uma Sul-Americana que pro clube é importante pelo histórico — revelou Matias.
E no fim, o vestiário do time visitante do Morumbi virou o Alfredo Jaconi, com o elenco cantando:
— Vamo Vamo Papooo! Vamo Vamo Papooo! Oooooo — cantavam os jogadores.