O Juventude busca corrigir os erros do Gauchão para melhorar e não passar sufoco no Campeonato Brasileiro. O objetivo é apagar a campanha decepcionante nos primeiros desafios da temporada. Em entrevista coletiva, nesta quinta-feira (24), os responsáveis pelo departamento de futebol do clube reafirmaram o discurso de confiança no trabalho.
Durante uma hora, Osvaldo Pioner, vice de futebol, e Marcelo Barbarotti, diretor-executivo, explicaram o planejamento de contratações e as dificuldades. O orçamento será maior para o Brasileirão, na comparação com o Gauchão, mas o mercado está muito concorrido. A folha salarial deverá chegar a R$ 2 milhões, e com teto base salarial de R$ 100 mil com variáveis de acordo com desempenho.
— Neste momento de contratações, em que o mercado está muito concorrido, nós melhoramos nosso orçamento, mas as dificuldades aumentaram muito. Estamos concorrendo com outros 19 fortes, com orçamentos maiores e estrutura até melhor. As dificuldades continuam, mas estamos brigando e trabalhando — disse Pioner, que avaliou a campanha ruim no Gauchão:
— Não estamos nada satisfeitos com o resultado da equipe. Nós ficamos muito decepcionados com os nossos jogos do Gauchão. Nós entendiamos que a equipe foi montada para render mais. Tudo foi pensado, e com equilíbrio. Então, precisamos somar forças e superar o momento vexatório do Gauchão. Nós vamos dar a volta e o torcedor precisa ter confiança. Estamos trabalhando muito para isso.
Pelo mercado concorrido, o Juventude não consegue competir com grandes clubes. Alguns jogadores foram procurados, como Matheus Peixoto (Ceará), Pedro Raul (Goiás) e o colombiano Andrés Colorado (São Paulo), que fecharam com outras equipes.
— Nós conversamos com todo mundo sobre as contratações. Elas chegam desde o avaliador, que tem ferramentas suficientes para dar os top 10 de qualquer país. Quando ele apresenta top 10 não é para nós. A briga é um pouco mais alta. Vamos reduzindo e chegando no nosso patamar. Temos concorrência de cidades maiores, de clubes maiores e não é só o dinheiro — avaliou Pioner.
Compreensão de mercado
O diretor-executivo do Juventude, Marcelo Barbarotti, admitiu o rendimento ruim na primeira parte do ano e pediu compreensão de mercado, por conta das dificuldades de concorrência na Série A.
— Tivemos um rendimento muito abaixo e aí se começa a discutir os motivos, a pressão. Temos que saber administrar e conduzir. Quem está fora, com as mídias sociais, fica fácil jogar pedra. Pouca gente tem atitude e capacidade para enfrentar isso. Em momento difíceis, nunca deixei de estar aqui. Alguns aproveitam esse momento para surfar e fazer barulho. Ninguém se omitiu aqui — avaliou Barbarotti que finalizou:
— Tem jogadores que chegaram recentemente que há um descontentamento de fora, que esse jogador só pisou aqui porque há uma composição salarial com o clube dele pagando uma parte. A falta de entendimento do mercado do Juventude pode ser um tiro no nosso pé. O nosso mercado é de jogadores jovens e promissores e que estão para estourar, jogadores que estavam em baixa. O nosso mercado será esse. A realidade da Série A é a lei do mais forte. Temos que saber jogar esse jogo. Em vários negócios, chegamos primeiro, mas parte financeira e lugares maiores também pesam.