Faltam menos de 60 dias para começar a Série A do Campeonato Brasileiro e o Juventude continua contratando reforços para o elenco alviverde. Com um dos menores orçamentos da competição, a direção trabalha com parcerias e com a criatividade para conseguir jogadores do nível da Primeira Divisão nacional. A concorrência de outros clubes com maior aporte financeiro tem dificultado a busca no mercado. Entre eles, está o Cuiabá, adversário na estreia.
— Falamos com o jogador e perdemos muito para a concorrência de clubes. Perdemos jogador para o Vasco, para o Cuiabá. Pelo nosso poder de orçamento, de salário, nós temos que trazer em forma de parceria. Não tem outro jeito. O Wescley, para ter uma ideia, o salário é acima de R$ 200 mil. E está vindo por menos da metade. Todos em forma de parceria e com valores significante. O Matheus Jesus, eu diria, que vem para os três primeiros meses com valor irrisório e, por respeito à negociação, não posso comentar, mas é quase que simbólico — disse Osvaldo Pioner, vice-presidente de futebol do Juventude.
O Cuiabá estará na Série A com o Juventude e tem contratado nomes conhecidos do futebol brasileiro como o atacante Clayson, ex-Bahia e Corinthians; o goleiro Walter, ex-Corinthians; o zagueiro Paulão, ex-Inter. O alto investimento do time do Mato Grosso tem feito o Verdão perder alguns negócios nesta concorrência direta.
— Perdemos alguns desses nomes. Estavam no nosso banco de dados, foram contatados, e chegamos a fazer oferta. Mas o Cuiabá está pagando alto, mais que o dobro do nosso orçamento. Eles estão investindo e tem um patrocinador muito forte de uma empresa de pneus. Recentemente, tínhamos um negócio acertado e eles cobriram a oferta. Nosso presidente foi claro e a gente concorda. Não vamos criar dívidas impagáveis. Não vai se vender a alma para sonhar com a permanência na Série A — comentou Pioner.
O Juventude terá um dos menores investimentos na Série A do Campeonato Brasileiro. No Gauchão, o orçamento já superou a estimativa inicial. A direção não pretende realizar "loucuras financeiras" para não endividar o clube.
— Já estouramos nosso orçamento do Campeonato Gaúcho. Por uma necessidade ou outra, tivemos que contratar para contar ali na frente. Nosso orçamento é um dos mais baixos da Série A. Fizemos um levantamento dos 20 maiores times do Brasil na Série A e 10 deles são mais do que R$ 11 milhões por mês. Sete ou oito clubes mais R$ 5 ou 6 milhões. Aí com mais três ou quatro times, R$ 2 milhões. O patinho feio (Juventude) está lá embaixo para fazer com um 1 milhão e alguma coisa. Então, com esse valor, precisamos de um atleta que seja comprometido, que se dedique, e pronto. Ele não existe. Por isso, corremos algum risco de trazer quem queira um espaço e queira voltar para o cenário. O jogador pronto não vamos conseguir trazer — finalizou Pioner.