O golaço no primeiro jogo da segunda fase da Série D, na vitória por 1 a 0 do Caxias sobre o Mirassol, ainda repercute. A boa fase dentro de campo é como se fosse uma recompensa. É que aqueles que não conhecem a trajetória de Giovane Gomez podem até achar que a caminhada do centroavante até chegar ao Centenário foi fácil. Nada disso. Durante entrevista no programa Show dos Esportes, na Rádio Gaúcha Serra, na segunda-feira (7), familiares do jogador relembraram histórias, emocionantes e inusitadas, da trajetória do atleta.
Filho caçula da dona Maria Neide, Giovane nasceu na pequena Tupãssi, no interior do Paraná. Antes de marcar gols e investir na carreira profissional, ele precisou auxiliar a família em diferentes profissões:
— Aqui em Tupãssi, ele chegou a trabalhar de pedreiro, ajudando um senhor, e depois foi sorveteiro. Mas nunca desistiu do sonho dele. Ele chegava em casa e falava: "mãe, ainda vou ser um jogador de futebol" _ contou a mãe, que hoje reside na vizinha Cafelândia e celebra o bom momento vivido pelo filho com a camisa grená:
— Ele saiu muito cedo de casa. Foi difícil pra mim. Mas ele falava que era o sonho dele. Só tive que orar por ele e neste momento tenho que agradecer a Deus. Hoje ele está realizando o seu sonho.
Quando criança, ao mesmo tempo que nutria a vontade de ser jogador, Giovane tinha outra paixão, que foi revelada pelo irmão Miguel:
— Se ele não fosse jogador, era para ter sido peão de rodeio, cowboy. Meu irmão gostava muito de montar em boi, andar de cavalo. Ele andava trajado, de bota. Não tem foto pra comprovar, mas é verdade.
O irmão mais velho também serviu como espelho para a carreira profissional. Miguel era meia e chegou a atuar pelo Figueirense, mas abandonou o futebol. Mesmo assim, foi observando ele que Giovane Gomez encontrou seu caminho.
— Ele é um exemplo para muitas pessoas, de superação. Ele sabe o que passou pra chegar onde chegou. Ele é um moleque de ouro. Não tem palavras para falar dele. E ele aprendeu tudo no futebol comigo — brinca Miguel.
Na briga pela vaga
Os relatos da família emocionaram o camisa 9 grená. Com sete gols em 15 jogos pela equipe grená, uma boa média para um centroavante, o jogador valoriza a oportunidade dada pelo Caxias e quer retribuir dentro de campo. Agora, o desafio é o segundo duelo diante do Mirassol, domingo, às 15h30min, no interior paulista. O 1 a 0 em casa foi importante, mas não garante nada:
— Saímos com uma vantagem. Sabemos que lá será mais um jogo difícil, mas não vamos jogar recuados. Vamos para cima deles em busca da vitória. Poderíamos ter feito mais gols em casa, ter criado mais e aproveitado a expulsão deles. Mas o Mirassol tem uma equipe boa, eles recuaram e ficou mais difícil de infiltrar. Lá será mais um jogo difícil e tudo pode acontecer — resumiu o artilheiro, que um dia também sonhou em ser cowboy.