Paulo Cesar Santos assumiu a presidência do Caxias há um ano e muita coisa aconteceu desde lá. O título do primeiro turno do Gauchão, o vice-campeonato do Estadual, a pandemia de coronavírus, paralisação do futebol, retomada das competições e, agora, na semana decisiva para o time na Série D, a confirmação da sua continuidade — se o Conselho Deliberativo aprovar — como presidente do clube por mais um ano. Assim, ele irá continuar até o final de 2021.
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Mesmo com todas as dificuldades dentro de campo, com a possibilidade de eliminação na primeira fase da Série D do Campeonato Brasileiro, com os problemas financeiros recorrentes, ainda mais com a crise econômica devido à pandemia, Paulo Cesar Santos foi convencido a continuar na luta juntamente com os vices Valmor Miola e Marcio Biazus.
— A gente debateu muito com Valmor Miola, com Marcio Biazus, essa situação da permanência. Não é algo que estava no projeto do Paulo Cesar, até porque eu assumi para estar como presidente por um ano. Mas devido a toda situação envolvida e um pedido grande da gestão, não pensando só em futebol, mas a clareza, a forma que a gente conduziu, trouxe o torcedor a estar mais abraçado ao clube, a continuar, mesmo na pandemia, colaborando com essa instituição, e como eu digo: não era o nosso projeto, a própria família me cobrou muito. Tive uma conversa franca com a minha família, mas eu não posso fugir à luta — disse Paulo Cesar Santos, em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, que ainda completou sobre a continuidade no cargo:
— Eu, como Paulo Cesar, presidente do Caxias, não posso fugir à luta. O momento é difícil, mas não fugirei. Enfrentarei o desafio, porque sei que posso contar com a família grená. Sei que posso contar com o torcedor. Eu, à frente dessa instituição, vou me manter forte, vou me manter concentrado naquilo que essa gestão fez e produziu, e muito, fora de campo, e acreditamos que dentro de campo, seremos merecedores e vamos buscar ainda o tão sonhado acesso. Não tenho vaidade nenhuma, coloquei bem claramente, para todos, que estaria aberto a qualquer pessoa que quisesse assumir como presidente no mandato de 2020/21. Mas não vou fugir à luta e conto com cada um da família grená.
Em meio às dificuldades, mais uma. Nos próximos dias, parte do CT Baixada-rubra irá a leilão. Mais da metade do terreno pertence ao ex-presidente do Caxias, Osvaldo Voges. O Caxias busca alternativas para evitar essa situação e acredita, que inicialmente os valores estão um pouco elevados, não apareçam interessados nessa situação.
— Nós temos que lembrar que ao meio do campo do CT da Baixada Rubra tem uma rua, que tem terrenos também que, pontuais, são ainda da instituição Caxias e que um investimento naquela região, sem a compra dos terrenos, que ainda também estão vinculados ao clube, talvez não seja tão atrativo assim. Dentro do grupo da gestão, realmente, nós não encontramos interessados em adquirir essas áreas. No momento, nós não identificamos ninguém — afirmou Paulo Cesar.
Dificuldades na Série D
O Caxias enfrenta dificuldades financeiras, mas também encontra obstáculos que aumentam esse problema na busca pelo acesso na Série D. Depois de dois anos batendo na trave contra o Treze e Manaus, agora pode ficar fora na primeira fase da competição. O torcedor busca respostas para os insucessos. O assunto contratação de reforços esbarra na falta de dinheiro.
— Eu reconheço que eu gostaria de ter todas as respostas para o nosso torcedor. Só que nós temos que ter mais investimento. Nós não podemos esquecer, eu relatei que o Caxias passa por extremas dificuldades e que sem aportes financeiros, sem volume financeiro para investimento, nós temos limitações de contratações de atletas, e isso se reflete dentro do gramado. Eu reconheço todo o esforço do nosso torcedor, em manter sua mensalidade em dia, reconhecemos todos que doaram para o Honradores da História, reconhecemos o nosso patrocinador, que é extremamente importante, todos os nossos conselheiros que permaneceram apoiando e também criticando, mas nós temos que ter clareza — disse o presidente que completou:
— Nós, se tomarmos decisões impensadas, todos da gestão já estão pagando conta dos nossos problemas financeiros. Todos da gestão já se doam, já fazem rifas que vocês nem sabem, já doaram aos Honradores. Como nós vamos tirar mais dessas pessoas que estão se doando, muitas vezes tirando algo de conforto para suas famílias, para colocar no nosso clube? O Caxias passa por extremas dificuldades. Nós não temos o apoio que deveríamos ter da grande maioria das nossas empresas. Nós não temos apoio do poder público. E somos cobrados.
A direção do Caxias foi muito cobrada pelos torcedores por não ter feito contratações para o elenco durante a reta final da primeira fase da Série D. No entanto, a limitação financeira novamente impediu esse investimento.
— Então, tudo passa pela questão financeira. E nós temos que ter clareza que o presidente, o vice-presidente, estão colocando também o seu nome e o seu CPF para essa instituição. Fica muito fácil falar, criticar, nas redes sociais. Agora, digo mais, ter coragem de trabalhar incansavelmente para o clube, ter coragem de colocar o seu nome e o seu CPF em prol dessa instituição, eu garanto que são poucos. E é isso que nós estamos tentando mobilizar, acreditando nas pessoas, acreditando no nosso torcedor, acreditando em todos que estão envolvidos com o Caxias e nós temos que acreditar nessa classificação. É um primeiro passo para a busca, depois, dos mata-matas — comentou o presidente, que ainda finalizou:
— A gente tem essa ciência desse prejuízo (não contratar reforços), mas as pessoas não conhecem tudo que a gente assumiu. Assumimos com um bom percentual de verba de 2020 já adiantada, que é algo normal. Eu diria que não é do Caxias, é de todos os clubes, ter esse adiantamento. Nós temos que lembrar que esse ano nós estaríamos já finalizados o Campeonato da Série D, e nós temos ainda dois meses pela frente. A nossa Federação também passa por um momento turbulento, por falta de arrecadação dos principais jogos da dupla Gre-Nal. E nós estamos seguidamente conversando com o presidente Luciano e ele, neste momento, não consegue nos fazer um aporte financeiro e quero lembrar a todos que neste um ano de mandato, a Federação não fez nenhum adiantamento para o Caxias. Algo sobrenatural o esforço que esse grupo gestor está fazendo.
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