O Caxias tem, sim, uma cobrança forte para melhorar o desempenho no Campeonato Brasileiro da Série D. Sem vencer a seis jogos e no limite da zona de classificação para a próxima fase da competição, a direção grená precisou intervir e foi ao vestiário conversar com os jogadores. Nesta terça-feira (27), após o diálogo com atletas e comissão técnica, o presidente Paulo Cesar Santos concedeu entrevista coletiva no Salão Nobre do Estádio Centenário.
— Nós tivemos uma conversa franca, direta, objetiva no vestiário nesta manhã. Por isso, chamei essa coletiva. Para passar que há indignação, há cobrança, mas também há cobrança do próprio vestiário em si. Esperamos que isso vá refletir e muito com atitudes dentro de campo — afirmou Santos, mostrando confiança no trabalho realizado pelo treinador Rafael Lacerda e seus pares na comissão técnica:
— Nós estamos confiando no trabalho dessa comissão técnica, sim. Até porque já demonstraram isso chegando na final do Campeonato Gaúcho. Depois de umas três semanas de muita viagens, jogos domingo e quarta, domingo e quinta, poderá ter uma semana de trabalho. Tem ainda a recuperação de atletas que voltarão. Acreditamos na busca do resultado em casa, mesmo respeitando muito o adversário, mas vamos buscar o resultado positivo e mostrar que temos condições de almejar essa vaga para ir aos mata-matas.
Para o mandatário grená, simplesmente trocar de técnico resolveria um problema, mas poderia gerar outras incumbências que ultrapassariam sua gestão na presidência do clube:
— Seria muito fácil, muito prático, simplesmente mudar a comissão técnica. E aí, no final do nosso mandato, provavelmente ficaria a conta para o próximo fazer o pagamento desta comissão e da futura que viria. Estamos com os pés no chão, na realidade e acreditando nas pessoas.
Além das situações de campo, Paulo Cesar Santos falou de questões que não envolvem o dia a dia do clube. Enquanto enfrenta dificuldades por conta da ausência de torcida no Centenário, o que diminui receitas com bilheterias e alguns recursos de publicidade, o Caxias também possui dívidas de outras administrações que refletem no momento do clube. Na mais recente, a atual diretoria perdeu uma receita importante para reforçar o grupo de Lacerda por valores do mandato de Osvaldo Voges, encerrado na temporada 2012.
— Com muito, mas muito esforço e dedicação da nossa gestão, e de outras que nos antecederam, conseguimos estar muito próximos da casa estar em ordem. Mas, porém, ainda têm alguns reflexos daqueles que, talvez, quiseram fazer o seu melhor, mas não conseguiram atingir aquilo que precisavam. E as contas ainda batem na nossa porta. Exemplo: o nosso projeto dos Honradores da História, arrecadou R$505 mil. E tivemos uma cobrança recente, que bateu na nossa porta, e nos tirou R$ 196 mil — revelou Santos.
Mesmo com as arquibancadas vazias, o dirigente grená sabe que a pressão da torcida existe. Para ele, o protesto do torcedor é justo e válido, desde que seja da forma adequada:
— Nossa torcida tem o direito de expor suas ideias e sugestões, ou sua indignação com os últimos resultados. Eu, como presidente, umas das primeiras atitudes que tive foi conversar com a nossa própria torcida e mostrar que queria ela do nosso lado. Se vier para ajudar nessa indignação, organizada e respeitosamente, será muito bem recebida, como sempre foi.
No sábado (31), contra o Joinville, é a hora da mudança de chave para o Caxias. Vencer passa a ser quase obrigação para o clube não ver, em poucos dias, o sonho do acesso indo embora.