O time principal do Botafogo fará o seu quinto jogo oficial na temporada de 2020 diante do Caxias, amanhã, no Estádio Centenário. É uma equipe que ainda tenta encontrar o seu melhor modelo de futebol sob o comando do técnico Alberto Valentim. Sem um estilo baseado na posse de bola, a velocidade dos extremas parece ser a grande solução ofensiva encontrada no início da temporada. Já na defesa, ainda sobram espaços.
O fato é que o time da Estrela Solitária ainda não fez um jogo de encher os olhos. Mesmo quando ganhou do Macaé – na estreia dos titulares –, por 3 a 1, sofreu uma pressão bastante forte no setor defensivo. Na segunda partida, teve que correr atrás da virada sobre o Resende, numa partida paralisada devido a chuva e resolvida num pênalti nos acréscimos. E, no domingo passado, a vitória sobre o Vasco veio com um gol achado pelo atacante Igor Cássio já no fim do clássico.
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— Eu ainda vejo o Botafogo preso em 2019. O ano começou para todo mundo, mas o time segue com muita dificuldade em todos os setores. É uma equipe jovem, mas com jogadores experientes como Carli e Gatito. Porém, independente da escalação, ainda não vejo qual é o perfil de jogo e isso passa pelo trabalho do técnico — analisa Ana Thais Matos, comentarista do Sportv e da Globo.
Em todos os jogos, a equipe conseguiu levar perigo ao adversário e fazer gols quando encaixa a saída rápida dos ponteiros nas costas dos laterais. Fora isso, depende muito da inspiração do seu camisa 10, Bruno Nazário. O jornalista Davi Barros, setorista do alvinegro em Globoesporte.com, ressalta que a atuação muito abaixo diante do Vasco provém de uma participação apagada do meia.
— O jogo contra o Vasco foi o pior até agora, porque o time não conseguiu criar muito e teve dificuldades. O Bruno Nazário estava meio apagado, mas ainda assim ele era o cara mais pensante do time. O problema é que o Botafogo depende muito dele e não tem outras alternativas — considera Davi.
O treinador Alberto Valentim já ressaltou em suas coletivas que o time funciona melhor quando consegue a transição rápida. Ao mesmo tempo, ele acredita que encontrará um modo de jogar com mais facilidade quando tem a posse de bola. Isso demonstra como o Botafogo não encontrou seu padrão. Para Ana Thaís, isso é algo que não ocorreu desde que o técnico chegou em General Severiano:
— Alberto Valentim ainda não conseguiu deixar claro o que quer da equipe, e isso diz muito sobre o estilo dele de trabalho. Vai jogar no contra-ataque? Vai trabalhar para desenvolver uma marcação mais posicionada? Vai controlar o adversário de qual forma? Mesmo com a manutenção do trabalho do ano passado, ainda não tenho como definir o que é o Botafogo do Alberto Valentim.
UMA DÚVIDA
Além de Bruno Nazário, a direção alvinegra apostou no centroavante Pedro Raul, artilheiro do Atlético-GO na Série B do ano passado. No entanto, ele tem um desconforto na panturrilha e sequer jogou diante do Vasco. Ontem, também não treinou e é dúvida. Ao mesmo tempo, Valentim terá os retornos do zagueiro Joel Carli e do meia Cícero, preservados na partida pelo Carioca.
O meia-atacante japonês Honda ainda não estreará. Ele é a grande contratação da temporada e já refletiu no engajamento dos torcedores.
A projeção de time do Botafogo tem Gatito Fernández; Fernando, Marcelo Benevenuto, Joel Carli e Guilherme Santos; Cícero, Thiaguinho e Bruno Nazário; Luiz Fernando, Luís Henrique e Igor Cássio (Pedro Raul).