
De um lado, o vice-campeão da Liga Nacional. Do outro, o campeão da Libertadores. De um lado, um time que desde 2011 só não chegou na final do Estadual em 2014. Do outro, um time que desde 1996 só ficou de fora de seis finais. Esses são alguns dos predicados que ilustram a final da Liga Gaúcha 2018. Basta olhar os números de Atlântico e ACBF para justificar a decisão que começa nesta sexta-feira (14), às 19h, em Erechim. O jogo da volta será na segunda-feira, em Carlos Barbosa.
A ACBF busca a recuperação pós-queda traumática na Liga Nacional. Além disso, a equipe não vence o Estadual desde 2015, justamente no ano da chegada de Marquinhos Xavier e de jogadores como Felipe Valério. Naquele ano, o time venceu também a Liga Nacional.
— Era meu primeiro ano como profissional disputando a Liga. Tudo o que eu tenho ou o que fiz no futsal eu devo à ACBF. E aqui você está sempre disputando títulos. Me tornei mais competitivo por causa disso. Todos os anos que estive aqui, ganhamos algum título — resume o ala, que se despede da equipe laranja depois das finais, rumo ao futsal espanhol.
A inspiração do ala estava presente justamente na primeira conquista da ACBF, em 1996. Há 22 anos, Carlos Barbosa entrava pela primeira vez no mapa dos campeões estaduais. O protagonista? Choco, contratado justamente para aquela que seria uma marcante disputa da década, contra o Inter.
— Foi o título conquistado no 20º ano do clube. Cheguei e já senti a pressão e o clima para que o time chegasse nas finais, algo que ainda não tinha acontecido. Foi muito importante para o time e para mim também. Fui o goleador, o artilheiro do campeonato, o jogador revelação. No mesmo ano fomos para o Mundial e eu fui considerado o segundo melhor do mundo — relembra o pivô, sobre uma temporada invicta da ACBF.
Rival com estilo do ídolo
O embalado Atlântico, de campanha histórica na Liga Nacional, conta com um elenco de destaque, como o pivô Jé. Para Choco, o camisa 9, é um dos que ainda mantém o estilo clássico da posição. Um adversário que impõe preocupação na defesa laranja.
— Vejo que o futsal precisa de um pivô, é uma peça importante. Hoje podemos citar o Jé como o melhor pivô do Gauchão. É um jogador de referência, que joga da forma que eu jogava. Vejo que há deficiência de pivô aqui — avalia, ao elogiar também Felipe Valério:
— O Felipe jogaria com a gente. É um jogador habilidoso, inteligente, que marca e sai para o jogo. Eu, se tivesse condições, jogaria com eles também. Joguei em vários times e de maneira diferente.
O elogio do primeiro campeão gaúcho com a ACBF ganha reciprocidade do ala campeão de 2015.
— Seria bom. Era só tocar nele que ele segurava e fazia o gol. Aí fica tranquilo. Acho que na época deles tinha muito cara bom. Tinha Choco, Fininho, Marquinhos, Manoel Tobias, Índio. Eram muitos jogadores com qualidade. Acho que se pudéssemos trazer para agora, ficaria bom — brinca o camisa 4.
Na noite de hoje, também chance de revanche de 2016. Na última final gaúcha que a ACBF disputou, a perda do título justamente para o Atlântico, depois de 3 a 3 em Erechim e derrota em Carlos Barbosa por 2 a 1.
— Na ACBF, você tem que ganhar. É um time vencedor e não se aceita menos do que isso. Disputamos muitos títulos e nos cobramos sempre por isso. Vestimos uma camisa vitoriosa — enaltece Felipe Valério.