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Na quinta edição da Bodega do Bachi, programa feito em parceria entre o Jornal Pioneiro, RBS TV e Rádio Gaúcha Serra, os convidados foram dois companheiros de Tite nos gramados. O ex-goleiro Genuir Casagrande e o ex-lateral Gilberto Capelletti relembram histórias do técnico da Seleção Brasileira quando ele ainda iniciava no futebol, nas categorias de base do Caxias.
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– Conheci o Tite em 1981. Era um jogador magro e de perna comprida. Parecia ser lento, mas não era. Ele tinha um passe preciso e bom controle de bola. Se via que ele poderia evoluir e ser um grande jogador, mas as lesões o atrapalharam – relembra Casagrande.
A relação com Gilberto foi ainda próxima, já que os dois iniciaram a carreira praticamente juntos:
– Chegamos para fazer testes no juvenil do Caxias em 1977, no mesmo dia, na mesma avaliação. Subimos juntos depois para o profissional e só tenho coisas boas para lembrar. Na época do juvenil, ficamos 49 jogos sem perder.
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A parceria dos três se extendeu ao time profissional. O trio dividia o quarto na concentração e compartilhou muitas histórias. Tite é, por exemplo, padrinho de casamento de Casagrande.
– A gente gostava de jogar um carteado na concentração. Até virava a noite de vez em quando – lembra o ex-goleiro.
Outro momento especial vivenciado pelos três foi em um jogo que teria sido marcante para Tite, não fosse um pequeno detalhe.
– Em 1981, o Ca-Ju foi marcante. Ele (Tite) diz que tem um gol em Ca-Ju. Sempre fala isso. Só que o jogo não acabou. Até fui eu quem cruzou a bola para ele fazer o gol de cabeça no primeiro tempo. Só que, no intervalo do jogo, um temporal cancelou a partida, que iniciou novamente no dia seguinte, outra vez com 90 minutos, e acabou 0 a 0 – recorda Gilberto.
As aventuras do trio não se resumiram ao Caxias. Gilberto e Casagrande reencontraram Tite em 1991. Na oportunidade, o então técnico do Guarany de Garibaldi os chamou para ajudá-lo no desafio de colocar a equipe serrana na elite do futebol gaúcho.
– Em 1991, fomos convidados pelo Tite para jogar no Guarany de Garibaldi. Era o primeiro clube dele e o segundo ano de trabalho na nova função. Nós chegamos até a semifinal da Segunda Divisão, faltou um jogo para conseguir o acesso – relembra Gilberto.
– Ele dava a palestra e parecia que tinha de entrar naquela hora em campo. A gente ficava arrepiado com o discurso dele. A mudança do tom de voz era marcante e despertava os jogadores – cita Casagrande ao lembrar das características do jovem treinador.
Agora, os companheiros de concentração estão na expectativa pelo jogão de hoje. Os dois confiam plenamente na Seleção de Tite e apontam o Brasil como um dos favoritos ao título. Afinal, quem conhece o treinador há tanto tempo sabe que a superação de obstáculos é um dos grandes méritos de sua carreira.