Os balões verdes e amarelos, comuns no Brasil em época de Copa do Mundo, ao lado dos vermelhos. É apenas a segunda participação de Senegal no maior torneiro de futebol do planeta, mas a emoção e vibração dos senegaleses são iguais — ou maiores — a dos brasileiros, que nunca ficaram fora de um mundial.
Eles esperaram 16 anos para viver de novo a emoção de ter sua seleção na Copa. E, quando este dia chegou, estavam longe de casa. As centenas de senegaleses que vivem em Caxias tiveram uma emoção diferente na tarde desta terça-feira, quando os leões africanos estrearam com vitória diante da Polônia. Os 12 mil quilômetros entre o centro da cidade e Moscou não diminuíram a emoção de quem atravessou o Atlântico em busca de novas oportunidades.
Quando Senegal disputou a Copa de 2002, Abdoulat Ndiaye, o Billy, tinha apenas 15 anos. Nesta terça-feira, aos 31, viveu a mesma emoção da adolescência. Diferente da primeira vez, quando estava em Khombole, a torcida foi em uma loja no Centro de Caxias.
— É uma satisfação acompanhar nosso time de volta à uma Copa do Mundo. Mesmo longe de casa, estamos torcendo. Eles são Senegal lá. Em qualquer canto do mundo, estamos orgulhosos deles estarem nos representando — disse Billy.
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Vestido com a camisa 10, do atacante Sadio Mané — de quem copia também o estilo no cabelo —, Makhou Laye não escondeu o sentimento de poder ver o time em campo na Rússia:
— É uma emoção muito grande. Precisávamos da vitória. O Mané joga muito bem, é o matador do time. Ele merece um gol para colocar o nome na história.
O gol de Mané não veio. Mas o polonês Cionek fez contra, aos 37 do primeiro tempo, e explodiu em felicidade os senegaleses, que estavam apreensivos até então. Vestido com a jaqueta da Seleção Brasileira e misturando o sotaque francês com expressões bem brasileiras, Serigne Mame Ngom foi um dos mais empolgados com a vitória dos Leões:
— Bah, cara, estou muito emocionado de ver o jogo — disse ele, que explicou o uniforme verde e amarelo:
— Estamos juntos: Senegal e Brasil. Sei que estou no Brasil, mas tenho que torcer por meu país. Mesmo longe da nossa terra, estamos felizes.
Niang, aos 15 minutos do segundo tempo, completou a festa de Senegal com a vitória por 2 a 1 — Krychowiak ainda descontou aos 41.
A festa dos senegaleses por aqui deixou claro que, além da Seleção de Tite, outra seleção terá a torcida dos caxienses.