— Eu não gosto de mudar o time, gosto de manter uma equipe e ir batendo nela. Ir mudando uma peça, no máximo duas.
Esta frase do técnico Julinho Camargo chamou a atenção após o empate sem gols entre Juventude e Criciúma, na terça-feira, em Santa Catarina. Não é o que se percebe na prática. As escalações mostram isso. Julinho não repetiu nenhuma vez os 11 titulares desde que chegou ao Jaconi. Além de ter vários problemas com o departamento médico, há outro ponto levantado pelo comandante.
— O desgaste de um jogo em cima do outro e viagens fazem com que tu tenhas que mudar – complementou Julinho.
As mudanças de escalações são uma rotina no Alfredo Jaconi. Até este momento é quase impossível definir uma espinha dorsal titular da equipe, tendo em vista que apenas dois atletas iniciaram as seis rodadas da Série B: o zagueiro Fred – suspenso para a próxima partida – e o volante Jair. Outro jogador que também é absoluto na equipe de Julinho Camargo é o goleiro Matheus Cavichioli, fora apenas do jogo contra o Boa por estar suspenso.
Fora o trio, há três constantes e um resto de incertezas. O lateral-esquerdo Pará, o volante Bertotto e o zagueiro César Martins foram titulares em cinco jogos. A questão é que o último vem atuando improvisado na lateral direita e deverá voltar à zaga no jogo com o São Bento, no dia 26. Em resumo, não tem vaga garantida entre os 11. De resto, foram usados 15 atletas diferentes nestas partidas. Nem mesmo o artilheiro Guilherme Queiróz tem cadeira cativa: jogou cinco, mas foi titular apenas em duas. O meia Fellipe Mateus atuou nas seis rodadas, mas iniciou apenas quatro. No meio de campo, a rotação de nomes é ainda maior.
A maratona de jogos também não pode ser levada em conta. O time teve uma intertemporada de 30 dias e só duas sequências com duas partidas num prazo de 72 horas. O desgaste não deveria ter tanto peso. Este ponto deixa ainda mais em dúvida as escolhas de Julinho Camargo: por desgaste, escolhas pensando na estratégia do time ou ainda na busca de uma equipe ideal? As formações também variam, desde o 4-2-3-1 até um 4-5-1, como no último jogo.
Para a direção, tudo está dentro do prazo. Foram contratados 11 atletas para Série B e o time ainda está em formação.
— Uma equipe não se monta em seis partidas, existe tempo de trabalho para criar um padrão. Entendemos que o torcedor cobra, que quer o time lá em cima e vencendo. Mas para chegar lá é preciso ter um caminho traçado. Não é de uma hora para outra que a equipe vai adquirir um padrão e começar a vencer jogos — disse o vice de futebol Jones Biglia após o empate de terça-feira.
Números
:: Atletas utilizados em todos os jogos da Série B: Fred, Jair e Fellipe Mateus
:: Contratações para a Série B: 12
:: Utilizados na Série B: 24
:: Mais vezes como titulares: Matheus Cavichioli (5); César Martins (5), Fred (6) Rafael Bonfim (3) e Pará (5); Bertotto (5) e Jair (6); Fellipe Mateus (4), Leandro Lima (3) e Caio Rangel (3); Yuri Mamute (3).