A União das Associações de Bairros (UAB) de Caxias do Sul enviou nota de repúdio às declarações do chefe de Gabinete, Júlio César Freitas da Rosa, divulgadas pela coluna Mirante. Na terça-feira, ele falou sobre o passe livre para os avaliadores populares das associações de moradores de bairros; na quarta, sobre a não obtenção de liminar por parte da UAB para o recebimento de recursos do município.
Diz a UAB que os números apresentados na entrevista são fantasiosos. A referência é à declaração de Júlio César sobre a Secretaria de Trânsito ter instalado em mais de 300 ônibus a biometria facial. Ele cita o uso do cartão por terceiros, sem ter direito, tendo sido constatado que uma pessoa teria usado o transporte coletivo mais de 500 vezes em um mês. A UAB reage. Diz que 300 ônibus representam a frota total de ônibus da Visate e cerca de um terço apenas possui o sistema de biometria.
Conforme a nota, "quanto às irregularidades apresentadas, nenhum dos casos apontados refere-se a presidentes de bairro, como deixa subentendido o chefe de Gabinete". A entidade informa que concorda com todos os métodos de fiscalização e apoia todas as medidas e corrobora com as punições que existirem para quem não estiver cumprindo a lei.
A entidade avalia as ações da prefeitura como de perseguição ao movimento comunitário.
"Pois todas as ações apresentadas são de desmonte do mesmo: não cumprimento da lei do passe livre; não repasse de verba a entidade; não recebimento da UAB para debater os assuntos comunitários; a exclusão do Orçamento Comunitário; ações extrajudiciais e judiciais solicitando centros comunitários e sede da UAB e, ainda, incita a opinião pública contra a UAB, lideranças comunitárias e presidentes de bairro, com inverdades e informações irresponsáveis". Diz ainda que prefeitura descumpre a lei do passe livre desde a derrubada do decreto 19.045, em 14 de novembro.
Prestação de contas
Em relação às verbas da UAB, o presidente Valdir Fernandes Walter declara que o chefe de Gabinete mistura assuntos para confundir a população e afirma que a prestação de contas do Ponto de Cultura da Secretaria da Cultura, prestação de contas da UAB e passes livres são três assuntos diferentes.
"A prestação de contas da entidade UAB está de acordo com todas as solicitações da prefeitura; passe livre deverá ser cumprida a lei, até que a prefeitura consiga liminar na Justiça para o não cumprimento; e prestação de contas do Ponto de Cultura será discutida na Justiça", salienta.
Na quarta-feira, o prefeito Daniel Guerra chamou a UAB de movimento politiqueiro, partidário e ideológico. Também na quarta, a UAB protocolou denúncia no Ministério Público pelo não-cumprimento no repasse dos passes livre.
Essa briga ganha capítulos diários. Perde o cidadão, que fica à mercê dessa queda-de-braço.
E os bairros como estão?