O jogo de desta quarta-feira entre Brasil e Haiti, às 20h30min, pela segunda rodada da Copa América Centenário, divide os haitianos que vivem em Caxias do Sul. De um lado, a desconfiança e a previsão de que a equipe será goleada, como ocorreu no Jogo da Paz, em 2004, no qual o Brasil aplicou 4 a 0 no Haiti, que se recuperava de um grave terremoto. Por outro, há o otimismo que a seleção da América Central possa fazer frente ao time de Dunga e até vencer o confronto.
O presidente da Associação dos Haitianos em Caxias, Verone Jean Sanis Salomão, acredita que o país terá mais uma aula de futebol.
– Vamos aprender muito com o Brasil. Acho que vamos perder por 4 a 0 ou 5 a 1 – conta, aos risos.
Já os seus compatriotas Claudy Zephir e Juneau Lavilette são mais otimistas. Com a bandeira haitiana em mãos, acreditam que a seleção possa vencer o Brasil. Arriscam dois placares: 2 a 0 ou 2 a 1. A crença vem do jogo contra o Peru, pela primeira rodada, quando a equipe perdeu por 1 a 0, mas quase empatou. Para uma seleção taxada como “saco de pancadas” do grupo, a boa apresentação no primeiro jogo deu esperanças.
O consenso entre eles está na citação dos ídolos verde e amarelos: Pelé, Neymar, Kaká, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. Nomes que saem fácil quando o assunto é o Brasil. Mesmo que o futebol seja pouco difundido no Haiti, eles também possuem ídolos: o meia Wilson Chevalier e o atacante Golman Pierre, já aposentados.
Entretanto, engana-se quem crê que eles admiram apenas o futebol canarinho. A Argentina também faz sucesso no país latino. Como ídolo, Verón é o mais citado pelos haitianos. Mas para por aí.
– Gostamos mais do Brasil porque os brasileiros nos recepcionaram melhor do que os argentinos e o futebol é mais bonito – declara Salomão.
Nesta quarta à noite, muitos estarão reunidos nos bairros Diamantino e Serrano. O resultado pouco fará diferença para eles. Mesmo para os otimistas. A admiração pelo país que os acolheu e seu futebol seguirá intacta.
Futebol
Haitianos que moram em Caxias do Sul dão palpites para o jogo entre Brasil e Haiti pela Copa América
Seleção Brasileira ainda é admirada pelos imigrantes oriundos da América Central
Cristiano Daros
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