Muitos vão se surpreender com o baixinho franzino de 36 anos do Veranópolis. Consagrado no Palmeiras, São Paulo, Grêmio e Hertha Berlim como lateral-esquerdo na primeira década dos anos 2000, Lúcio Carlos Cajueiro Souza não mudou nada para 2016, a não ser a idade. O peso segue nos 66kg, para uma altura pouco acima de 1m70cm. A velocidade impressiona, assim como a técnica e a vocação ofensiva. Quem esperar um Lúcio cansado no Gauchão vai queimar a língua.
- Esse é um ponto primordial para eu seguir em alto nível. Brinco que só pego peso quando carrego minha filha. Trabalho mais forte porque sei que vou precisar mais do que um moleque. Minha empresa é o meu corpo. Se não investir nele, ninguém vai - destaca o jogador.
A lateral esquerda é uma paixão, mas nos últimos anos Lúcio começou e atuar no meio-campo. No VEC, vai depender das necessidades do técnico Luiz Carlos Winck. Massari foi titular em toda a pré-temporada e Lúcio, que chegou depois, entrou na maioria dos jogos de preparação na meia pela esquerda.
- Vim para ser lateral. Minha vida toda joguei como ala, fazendo jogadas com corte para o meio. Por isso, alguns treinadores me usaram na meia, como o Renato Gaúcho e o Muricy Ramalho. O Winck também tem essa visão. Mas meu carro-chefe é a lateral, porque você vem de trás e, na maioria das vezes, de surpresa. Agora, se ele optar pelo meio, posso fazer - avisa.
Que ninguém espere também que Lúcio vá e volte como um garoto. Por mais que tenha fôlego e velocidade, o momento é de dosar a arma principal:
- Quando a gente é novo, quer participar. Eu ia umas 17 vezes na linha de fundo. Hoje, com a experiência, posso ir duas vezes e decidir uma partida. Tu já sabes se a jogada vai dar certo ou não. É quando vou.
Depois de vários anos e idade avançada, Lúcio chegou a dar um tempo do futebol. Ficou parado em 2014 para estar junto com a mulher, Patrícia Mendes, e os filhos Davi Willian, 3 anos, e Maria Eduarda, 11. Mudou a rotina, mas o amor pela profissão ainda é gigantesco:
- A mudança foi grande e tenho o pensamento de parar em dois ou três anos. Tenho um projeto de atuar como treinador. Minha família está aqui comigo, vão ficar por um tempo e depois voltam para Recife.
Antes de largar, Lúcio quer passar voando pelo Gauchão, como nos velhos e bons tempos.
Estadual 2016
Estrela do Veranópolis no Gauchão, lateral-esquerdo e meia Lúcio esbanja vigor aos 36 anos
Velocidade dos tempos de Grêmio ainda é a principal arma do franzino pernambucano
Adão Júnior
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