Caxias e Juventude acreditam na mesma solução para revitalizar economicamente o futebol caxiense: a construção de uma arena única na cidade para os dois times. A ideia, que começou a entrar em discussão no ano passado através do então secretário de esportes Washington Stecanela Cerqueira, não evoluiu como os clubes queriam e o tema volta a ser abordado depois de mais uma temporada de insucesso na tentativa de retornar à Série B do Brasileiro. Porém, o assunto segue em um impasse sem fim.
Os presidentes da dupla Ca-Ju querem que a prefeitura construa um estádio e citam exemplos de Joinville e Chapecó. Por sua vez, o prefeito Alceu Barbosa Velho rechaça utilizar verba municipal, mas propõe um acordo:
- A prefeitura não dispõe de recursos, inclusive sacrifiquei as obras do novo ginásio da cidade por isso. É impossível e inviável a prefeitura construir uma arena. Não existe a mínima possibilidade, isso não é competência da prefeitura. Por outro lado, sou favorável à construção de uma arena única em Caxias do Sul, seria um ganho imensurável para os clubes e a cidade. O que pode ser feito é a prefeitura ceder uma área para que os clubes viabilizem a obra com alguma construtora. Isso não é difícil de aprovar, de passar a propriedade do terreno aos clubes ou para a construtora. Eles são privados, podem negociar seus estádios, podem buscar recursos.
O mandatário do Caxias, Nelson Rech Filho, defende que é muito arriscado vender os estádios Centenário e Alfredo Jaconi para viabilizar a construção da arena:
- Uma arena única seria ideal, mas tendo a construção e a manutenção da prefeitura. Não podemos vender nossos estádios para construir uma arena só. Isso teria que partir do poder público, como em Joinville e Chapecó.
Ideia compartilhada pelo presidente do Juventude, Raimundo Demore:
- Se tivéssemos uma arena em Caxias com recursos do poder público, poderíamos negociar nossas áreas nobres dos estádios com empresas para a construção de empreendimentos imobiliários, por exemplo. Além do dinheiro da venda, teríamos a possibilidade de uma renda mensal para investirmos no futebol.
Nos últimos anos, vários estádios foram construídos em cidades interioranas do país. No Rio Grande do Sul, a mais recente obra é em Cachoeirinha, mas com recursos do Cruzeiro.
Algumas arenas no Interior
Arena Joinville
Cidade: Joinville (SC)
Inauguração: 25/9/2004
Custo inicial: R$ 10 milhões
Capacidade inicial: 15 mil torcedores
Construtora: Viseu (a mesma que vai construir a Arena Florianópolis
Ampliação em 2015: R$ 25 milhões
Capacidade final: 17.500 torcedores
Construído e ampliado pela prefeitura com recursos municipais, estaduais e federais. A ampliação para 2015 está sendo aprovada com recurso federal
Arena Condá
Cidade: Chapecó (SC)
Inauguração: 1/2/2009
Custo inicial: R$ 25 milhões
Capacidade inicial: 22.600 pessoas (19 mil sentadas)
Ampliação em 2014: R$ 7 milhões
Construtora: Rotesma
Construído e remodelado pela prefeitura a partir da área do Estádio Índio Condá, construído também pela prefeitura em 1976
Arena Pernambuco
Cidade: São Lourenço da Mata (PE)
Inauguração: 14/4/2013
Custo inicial: R$ 532 milhões
Capacidade: 46 mil torcedores
Construtora: Odebrecht
Construído a partir de uma Parceria Público-Privada entre o Governo de Pernambuco e o Consórcio Arena Pernambuco
Arena Cruzeiro
Cidade: Cachoeirinha (RS)
Inauguração: prevista para 2015
Custo inicial: R$ 11 milhões
Capacidade: 16 mil torcedores
Construtora: Engemold
Construído com recursos da venda do Estádio Estrelão, em Porto Alegre
Especial
Dossiê Ca-Ju: impasse no sonho de uma arena compartilhada em Caxias do Sul
Clubes querem que a obra seja feita pela prefeitura, mas prefeito Alceu só admite ceder o terreno
Adão Júnior
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