O ano de fundação da Chapecoense, consta nos anais do clube, foi o longínquo 1973. Mas como se referir ao mágico 2009 em que o Brasil passou a descobrir as cores e a identidade do time de Chapecó que atravessou todas séries como um raio até chegar à elite do futebol nacional? É verdade que o trabalho de reestruturação da "Chape" começou antes, quando o clube sequer tinha série para disputar no segundo semestre. Quem viu tudo de perto, como o diretor de futebol Carlos Miguel Almeida, o Carlinhos _ 20 anos de serviços prestados, entre idas e vindas _ sabe que não foi por acaso.
_ Em 2006, fui chamado para participar da reestruturação. O clube estava aos poucos pagando suas dívidas, profissionalizando funções, criando departamentos e ganhando credibilidade junto à sociedade e aos empresários. Não havia garantia de que iríamos ganhar, mas o trabalho estava sendo bem feito - relembra Carlinhos, 55 anos, que também é professor de Educação Física em uma universidade local.
Foi fundamental para a retomada da Chape o apoio da prefeitura, que atraiu empresas para salvar o clube da falência, além de construir e administrar a Arena Condá -desonerando o clube de gastos importantes - e investir nas categorias de base. Em contrapartida, a Chape cede atletas para representar a cidade em campeonatos.
- O apoio do poder público foi decisivo. A Chapecoense convivia com dívidas para todos os lados, penhora de rendas, e o prefeito da época (João Rodrigues, do DEM) ajudou muito - comenta o dirigente.
A ascensão foi meteórica. Em 2009, o vice-campeonato catarinense deu vaga na Série D. Naquele ano, a 3ª colocação garantiu o acesso à Série C. Em 2012, na terceira tentativa, a Chape subiu para a Série B, também como 3ª colocada. E em 2013 a maior façanha: vice-campeonato e vaga na Série A deste ano. Segundo Carlinhos, um dos principais fatores para o sucesso foi a convicção na hora de escolher treinadores e atletas:
- Tem que haver critério. Não pode buscar um jogador que você não conhece. Tem que conhecer e ter o aval de alguém para dizer se serve ou não. Uma figura importante é o treinador, que precisa conhecer o mercado e saber onde estão os jogadores que podem ajudá-lo. Mas para isso é preciso ter um treinador que se encaixe no perfil e conheça a realidade do clube.
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