Na casa do pintor automotivo Javier Godoy, 58 anos, só ele nasceu na Argentina. Porém, o fanatismo dele pela seleção hermana é tão grande que os dois filhos, Fernando, 16, e Gabriela, 14, ambos brasileiros natos, viraram a casaca e aprenderam a torcer pelo país do pai.
Javier garante que não forçou nada, e os dois adolescentes justificam a escolha:
- Eu acho mais legal, a tradição e a relação deles com o futebol - diz a menina.
- Brasileiro é muito mascarado. Gosto do jeito deles, é um futebol com mais raça, mais guerreiro - aponta Fernando.
Javier veio para Caxias há 37 anos, a convite de um amigo também argentino que havia montado uma chapeação no bairro Santa Catarina. Acabou criando laços com a cidade, que hoje considera sua segunda terra. Apreciador de futebol, afirma que torce pelo Brasil quando a partida não é contra a Argentina. Ele espera uma final de Copa do Mundo entre os dois países sul-americanos, confiante na vantagem argentina sobre a Bélgica neste sábado e o avanço de brasileiros e argentinos nas semifinais.
- Vou torcer para que dê esse clássico e que ganhe o melhor. Vamos aproveitar que estão sem o Neymar - afirma Javier, deixando de lado a análise isenta.
Apesar do comentário sobre o craque brasileiro, fora da Copa em função de uma lesão na coluna, Javier lamentou a saída de Neymar e não deixou de imaginar como seria se o mesmo acontecesse com Lionel Messi.
- Passaríamos a ser uma seleção normal, uma Colômbia da vida - compara.
Copa do Mundo
Morador de Caxias, argentino conquista a torcida dos filhos brasileiros para seleção dos hermanos
Javier Godoy, 58 anos, garante que não incentivou Fernando, 16, e Gabriela, 14, a virar a casaca
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