A relação de Expedito Copeli, 68 anos, com o futebol, começou ainda na época em que o S.E.R. Caxias se chamava Flamengo. Ele saia do trabalho, na Eberle, e ia direto treinar todas as quartas-feiras na companhia do colega de profissão e esporte, Cézar Angelo Bagatini. Copeli chegou a ser reserva do goleiro Bagatini em dois jogos pelo então Flamengo, motivo de orgulho para o aposentado que mora no bairro Medianeira, em Farroupilha.
A relação com o futebol chegou ao fim e 2000, quando Copeli caiu de um andaime de construção e machucou o pescoço. Desde então ele não pôde mais jogar futebol e procurou não se envolver mais com o esporte para não lembrar do acidente. Entretanto, Expedito não vai deixar de assistir os jogos da Copa e já deu uma prévia à Serra Gaúcha de como será a torcida no novo vídeo da série Coisas que a Serra Fala.
Em Coisas que a Serra Fala na Copa, Expedito e a esposa Natália Copeli, também de 68 anos, aparecem novamente - depois de já terem protagonizado os vídeos Coisas que a Serra Fala, Coisas que a Serra Fala 2 e Coisas que a Serra Fala no Litoral - em clima caricato do imigrante italiano esbravejando expressões do dialeto vêneto, mas, dessa vez, em frente a televisão assistindo aos jogos da Seleção Brasileira. O novo vídeo, que foi lançado no YouTube no dia 8 de maio, traz além das expressões como sacramenha, nêne, e das piadas com o bucho - que "dessa vez é padrão Fifa" -, o casal de gringos na maior torcida pelo Brasil - e pela Itália, é claro - com o 'sotacón' carregado.
Quem entra na casa da dupla, que é a principal locação da produção, é recebido pelo casal bem humorado e cheio de histórias para contar. É nessa mesma casa que eles pretendem convidar os familiares, vizinhos e amigos para assistir aos jogos. A espontaneidade que transparece nos vídeos é puro reflexo da personalidade do casal, que vive fazendo piadas.
- Hoje tu passa na rua e todo mundo está triste. Então quando eu chego num lugar eu começo a fazer piada, porque eu me sinto feliz de ver os outros rindo - explica Expedito.
A naturalidade de Expedito e Natália contribuiu para a criação do vídeo. Apesar de ter roteiro escrito em conjunto pelos cinco criadores do vídeo - Vinicius Biazzus, 30, Marcos Gevazoni, 25, Marlon Casali, 27, Binho Ferronatto, 33, e Rodrigo Troitiño, 33 -, algumas falas e "xingamentos" no dialeto vêneto foram ideia do próprio casal. Mas eles garantem que os palavrões não são tantos na vida real.
- Eles me mandavam xingar, mas eu não sou capaz - confessa Natália, que no vídeo deixa a tarefa para Expedito.
- Tem muito xingamento que a gente acabou pedindo para eles fazerem na hora. A ideia é mostrar eles no dia a dia. Mas a gente potencializa essa característica do gringo - explica Ferronatto.
As ideias vieram de todos os componentes do grupo, e até de pessoas que assistiram os primeiros três vídeos da série e enviaram sugestões. Mas muitos momentos foram improvisações deles.
- Para mim as cenas mais engraçadas foram as da Natália com a vuvuzela. Ela pegou a corneta e começou a falar umas bobagens. E o homem que passou no momento em que ela diz 'vai torcer pra Argentina, neno?', é o filho dela, que estava indo para outro lugar. Essas coisas acabaram ficando - revela Ferronatto.
- Essas partes são eles. Dentro do contexto da cena eles vem com o repertório - completa Casali.
Gringos na Copa
Torcida pelo Brasil terá 'sotacón' em Farroupilha
Vídeo 'Coisas que a Serra Fala na Copa' traz o casal Expedito e Natália Copeli na torcida pelo Brasil
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