
Hilário Zanchin, 63 anos, está livre do fantasma de não ver uma Copa do Mundo ao vivo. Na tarde deste domingo, o comerciante de Caxias do Sul conseguiu entrar no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, para acompanhar a partida entre França e Honduras, com ingressos no nome da filha, Kelly.
Ela adquiriu as entradas para presentear o pai e tentar curar o trauma sofrido em 1998. Naquele ano, Hilário foi à França para acompanhar a abertura Mundial, mas não teve acesso ao jogo porque o ingresso adquirido por ele foi revendido a torcedores ingleses. Para a Copa no Brasil, Kelly preparou uma surpresa, comprando ingressos sem pedir os números dos documentos de identificação do pai. As entradas são nominais, e eles não receberam a confirmação da transferência do titular. Até colocar os pés dentro do Beira-rio, Hilário não sabia se conseguiria ver o jogo com as entradas no nome da filha.
- Eu entrei, entrei no jogo! Eles não conferem nada. Passam o ingresso na leitora e não olham nome coisa nenhuma - contou, ainda no auge da empolgação.
Hilário ainda tirou sarro, comparando a seleção hondurenha ao time amador que tem com os amigos há 14 anos em Caxias do Sul.
- O jogo em si foi ruim. O meu Mutamba Futebol Clube é melhor que o time de Honduras. Mas a festa é um espetáculo, vale a pena. Vi gente de todos os lugares, fantasiadas, uma mistura de raças maravilhosa _ descreve.
Com a garantia do acesso, ele vai acompanhar mais duas partidas com ingressos comprados pela filha: Coreia do Sul e Argélia, no dia 22, e a partida das oitavas de final, em 30 de junho.