Qualquer bom colecionador concorda: pedir as figurinhas que faltam para a editora é assumir a derrota. O grande barato está em trocar os cromos repetidos com os amigos, até completar o álbum. E se a fonte dos chegados secar, que parta-se então para grupos maiores de interessados . Entre os aficionados pelas figurinhas da Copa do Mundo, encontros públicos de todo tipo têm sido uma maneira eficaz e divertida de riscar alguns números da listinha com os números faltantes da coleção.
Geralmente semanais, as reuniões ocorrem especialmente em bares, bancas de revistas e livrarias da cidade. Algumas são combinadas pelo Facebook, outras organizadas pelos próprios estabelecimentos. No Shopping San Pelegrino, por exemplo, todas as sextas-feiras dezenas de colecionadores participam dos encontros promovidos por uma livraria. Diverso, o público reúne adolescentes, trabalhadores em horário do almoço, crianças com cara de sono, mães engajadas em ajudar os filhos a completar o álbum. Reunido em frente à loja, chama a atenção dos que passeiam sem ter nada a ver com o assunto.
- Nós até pensamos em fazer dentro da livraria, mas os encontros começam quando sentam-se os dois ou três primeiros no banco em frente e o pessoal começa a se aglomerar a partir dali. À noite, chega a dar umas 50 pessoas - comenta o vendedor Felipe Meurer.
Se para quem está começando a preencher o álbum a compra dos pacotinhos compensa, para os que já entraram na reta final a troca é alternativa para evitar um gasto que se torna inútil com o acúmulo de repetidas. O militar Vinícius Santos, por exemplo, chegou à livraria após o fim do expediente no 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (3º GAAAe) com a lista dos 39 números que precisava. Rapidamente, encontrou sete. Colecionador desde a Copa de 2002, diz que o álbum desta edição está mais fácil de completar, muito por conta das redes sociais:
_ Pelo Facebook, fiquei sabendo de um encontro. Cheguei lá e tinha umas 200 pessoas. Naquele dia, troquei mais de 100 figurinhas - conta.
Para conseguir figurinhas mais valorizadas, como a do craque Neymar, Vinícius ofereceu 25 cromos em troca. O jovem soldado concorda que pedir figurinhas pelo correio não é uma possibilidade:
- Nada de mandar cartinha. Prefiro pelear atrás das que faltam.
Diversão sem idade
Sabe de nada quem acha que figurinha é coisa só de criança, adolescente ou adulto saudosista. Não há idade para se envolver com a Copa do Mundo através do bom e velho álbum das seleções. A aposentada Maria Giacometti é prova disso. Aos 72 anos, ela precisa de apenas cinco cromos para completar a coleção que faz questão de dizer que é dela e não de seus filhos e netos:
- Estou fazendo para deixar para os meus bisnetos. Afinal, é a Copa no Brasil - vibra.
Maria é fã de Neymar e Fred, jogadores que já estão no álbum que retirou quando foi ofertado em uma edição do Pioneiro. Porém, diz que deveria ter comprado o de capa dura, já que é para a posteridade. No encontro no shopping, conseguiu uma das seis que precisava até então e trocou telefone com um colecionador que ficou lhe devendo algumas.
- Em outras Copas, sempre acompanhava os jogos e também os meus netos colecionando as figurinhas. Dessa vez, resolvi embarcar junto. É um ótimo passatempo - recomenda.
Pelo menos até o fim do Mundial, os câmbios estarão rolando solto pela cidade. Quem não começou ainda, está em tempo de entrar na brincadeira.
Confira alguns pontos de encontro dos colecionadores de figurinhas de Caxias:
- Hamburgueria Pittsburg, no bairro San Pelegrino (encontros sábados à tarde)
- Livraria Nobel, no Shopping San Pelegrino (encontros às sextas-feiras, ao meio-dia e às 18h)
- Banca do Agenor (Rua Feijó Junior, 576), troca três por uma.
- Saraiva Megastore, no Shopping Iguatemi (sábados, 24 e 31 de maio, das 10h ao meio-dia)
- Banca Simas (Rua Marechal Floriano, 433), trocas aos sábados, a partir das 14h30
_ Grupo no Facebook: https://www.facebook.com/groups/album2014
Vai ter troca
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