Ele foi e sempre será uma referência. Considerado por muitos o maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos, Ayrton Senna influenciou várias gerações de pilotos. Passados 20 anos da sua morte, o tricampeão mundial ainda é considerado um ídolo pela audácia, determinação e dedicação dentro das pistas. Na Serra, os pilotos Matheus Stumpf, Márcios Campos e Luiz Sena Jr são exemplo desse sentimento que ultrapassa categorias do automobilismo.
Jovens, eles não tiveram a oportunidade de acompanhar toda a carreira do piloto, mas não deixam de tê-lo como um espelho a seguir. Para um deles a ligação é ainda maior. Pelo sobrenome - mesmo que com a grafia diferente -, Sena assume o apelido Seninha com orgulho. E mais: acredita que seja algo positivo para buscar patrocinadores e conquistar alguns fãs mirins por onde passa.
Com 30 anos, ele é o único dos três a lembrar com clareza daquela fatídica manhã de domingo. Um acidente que em um primeiro momento parecia não ter maiores consequências, mas se transformou em tragédia minutos depois.
- Até por ter o Sena no nome, dificilmente perdia uma corrida. Era um momento de auge do automobilismo. Mesmo 20 anos depois, muitos recordes dele permanecem, assim como a idolatria em todo o mundo. Lembro muito das corridas em Monaco e daquela no Brasil, onde ele teve o problema no câmbio e venceu no puro talento - diz o piloto.
Para Matheus, que hoje é companheiro de Nelsinho Piquet na equipe da BMW do Mundial de Gran Turismo, a idolatria veio com o tempo. Em 1994, ele tinha apenas quatro anos e por conta disso não lembra do acidente fatal. Porém, com sete, quando começou a andar de kart e a se interessar pela carreira, o pai Renato foi o responsável por colocar o nome de Senna na sua vida.
- Assistia a muitos vídeos e o que mais chamava a atenção era o comportamento dentro e fora da pista. A dedicação, a forma de tratar o esporte como a vida dele. Dentro da pista, ele conseguia criar um receio nos adversários, tinha uma forma muito diferente de pilotar - avalia Matheus.
Piloto que está competindo no Brasileiro de Turismo, Márcio Campos, 27 anos, assistia a muitas provas de Fórmula 1 e vê em Senna um exemplo de determinação. Apesar da preferência por Michael Schumacher, até por acompanhado mais de perto a carreira do alemão, Campos valoriza a forma de pilotar do brasileiro.
- Ele tinha muita vontade de vencer. E a filosofia dele também, de buscar sempre o limite. Ele vivia nos autódromos e teve a chance de ter essa estrutura quando jovem para iniciar a carreira - lembra o farroupilhense.
Desde 1994, muita coisa mudou na Fórmula 1. Para o Brasil, ficou um vazio. Nenhum piloto conseguiu sequer um título mundial. Até mesmo pela segurança, as máquinas passaram a prevalecer em relação ao talento dos pilotos.
E, também por isso, Senna nunca deixou de ser lembrado. O dia 1º de maio daquele ano marcou o fim de uma era. E para todos os pilotos que iniciaram suas carreiras a partir daí, ficou o exemplo e o sonho de buscar os limites como o tricampeão fazia.
Referência
Jovens pilotos destacam importância de Ayrton Senna, 20 anos após sua morte
Para trio serrano, audácia e determinação na pista eram características marcantes do tricampeão
Maurício Reolon
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