O acesso do Nova Prata para a Série A-2 do Gauchão veio cercado de dificuldades. Dirigentes e jogadores admitem que, apesar na crença de uma boa campanha pela qualidade do grupo, chegar tão longe era algo inimaginável em meados da competição. E isso se explica por diversos fatores. A folha de pagamento do Nova Prata foi uma das mais baixas da Terceirona, com R$ 30 mil mensais. Menos da metade da que o tradicional Guarani, de Venâncio Aires, que não conseguiu subir.
A isso soma-se o fato de o grupo viajar no dia das partidas, ter um grupo reduzido e encarar gramados pesados e de pouca qualidade.
- Por tudo o que a gente passou, foi muito merecido. Foi muita dificuldade. Se eu te falar, não vou conseguir descrever. A gente sabia do nosso potencial, mas o principal é que todos estavam afim. Um olha para o outro e tentava dar o seu melhor - explica o goleiro Bastos, um dos heróis da campanha.
O time conta com 17 jogadores profissionais e outros cinco atletas oriundos das categorias de base, que não tinham experiência em competições oficiais. A sequência de partidas e o desgaste físico foram um empecilho. Na primeira partida da decisão, acabaram sendo fatores determinantes diante do Tupi, que se preparava há duas semanas para o duelo.
Durante a campanha, o apoio vindo das arquibancadas serviu como motivação extra. Em alguns jogos, o Mário Cini recebeu mais de dois mil torcedores. Na final de quinta-feira, em confronto com mais de mil expectadores, famílias inteiras, jovens e senhores se misturavam nas arquibancadas em um ambiente extremamente tranquilo. Embaixo de faixas vermelhas e verdes penduradas nas grades, uma bandinha entoava gritos de guerra e apoiava a equipe rumo ao título.
- Temos uma comunidade participativa. Com os resultados bons, a torcida se multiplicou. Esse ano deu tudo certo. O mais importante é que acabamos a temporada pagando em dia e cumprindo com os objetivos - avalia o presidente do clube, Agenor Pedro Zamin.
A Associação Nova Prata terá pouco tempo para se organizar para a disputa da Série A-2 do Gauchão, que deve iniciar entre fevereiro e março. O técnico Everaldo Alves está no clube há oito temporadas. Iniciou o trabalho com as categorias de base em 2003, saiu e depois retornou. Agora, colhe os frutos do projeto.
Ele irá permanecer e a tendência é de reformulação no grupo de jogadores. Alguns serão mantidos para dar o suporte para cerca de 10 atletas que serão contratados para formar a espinha dorsal do time no novo desafio.
- Precisaremos reformular o grupo. Trazer jogadores que conhecem a competição. Temos consciência que é preciso aumentar nosso investimento e a qualidade da equipe - destaca Everaldo.
Além das mudanças dentro de campo, também existe no projeto do time serrano a necessidade de melhorias na estrutura do estádio. O gramado em si é de boa qualidade, mas faltam refletores e vestiários mais amplos. Para se ter uma ideia, o time da casa utiliza o vestiário do ginásio do clube, que já foi palco de jogos de futsal, a poucos metros do estádio, para colocar o fardamento.
- Não tem como fazer tudo em tão pouco tempo. Mas a questão dos refletores deve estar pronta até o início da Série A-2 - diz Zamin.
Evolução natural
Após conquista do acesso, Nova Prata começa a projetar melhorias e investimento superior para próxima temporada
Técnico Everaldo Alves permanece para a Série A-2 do Estadual
Maurício Reolon
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