Começo tardio, mas de sucesso

O começo esportivo do mineiro Pedro Batista da Silva, há 29 dos seus 66 anos de vida radicado em Caxias, foi tardio. Mas teve um impulso importante:

- Em 1984, logo que cheguei, gostava de correr no Estádio Municipal. Lá, encontrava o Paulo Fedrizzi (médico) e o seu (Wilson) Fiorelli treinando. Na época, eles corriam pela Amarca (Associação de Maratonistas de Caxias). Eles foram os meus padrinhos.

Pedro lembra que, numa das primeiras provas fora da cidade, a dupla providenciou tênis e dinheiro para ele correr. E tomou tanto gosto que não parou nunca mais. Mas com uma preferência bem definida.

- Não gosto de provas abaixo de 10 quilômetros, que são de velocidade. Corro as mais longas, pois tenho resistência - explica.

Uma mostra do sucesso está nos inúmeros troféus e medalhas que enchem prateleiras no porão onde ele mora no bairro Salgado Filho. É claro que os títulos são nas categorias de mais idade, pois não teria como enfrentar atletas jovens em igualdade de condições.

Pedro não mostra muito apego aos bens materiais, pois deixou a casa onde morava para a ex-mulher e os filhos. E tem pouca preocupação com esse tipo de coisa, já que coloca o esporte como um dos aspectos mais importantes da vida.

- Significam muito, pois tenho a chance de rever os amigos, daqui e do outro lado do país. São momentos que valorizo muito - afirma, ao destacar a importância das provas em sua vida. - E sinto saudades dos lugares onde corri.

Para manter a forma, ele tem uma programação definida de treinos. Corre um dia e, no outro, faz o trabalho de remo seco, em casa.

- Se correr todo dia, a cabeça pede e o corpo não ajuda - conta, com a experiência de anos, reforçando outro grande benefício. - Através da corrida, a cabeça tem equilíbrio.

No momento, Pedro está em preparação para uma prova em Foz do Iguaçu (PR), em setembro. Ele tem se recusado a participar de algumas corridas no Rio Grande do Sul por uma questão financeira.

- Não estão levando a sério a redução da inscrição para o idoso, como está na lei. Quando não dão desconto, não corro - diz, num aviso aos organizadores de eventos.