Experimente perguntar ao gaúcho João Antonio Franciosi, natural de Casca, mas desde 1987 radicado em Luís Eduardo Magalhães (BA), em que momento foi liberado pelos médicos para participar do Rally dos Sertões neste ano.
- Liberado?! Se dependesse do médico eu não tinha nem chance de estar aqui participando! - revela o piloto da Mitsubishi Triton SR numeral 305, que faz dupla com o navegador caxiense Rafael Capoani pela Dague Paia Rally Team (FMC / Maxum - Case IH / Petronas Syntium / Mitsubishi).
Franciosi, conhecido no ambiente do Sertões como Homem de Ferro, passou 120 dias da temporada submetendo-se a sucessivos tratamentos para recuperar-se de três cirurgias no joelho esquerdo e uma infecção generalizada. Em vez de treinar, até 30 dias atrás estava recebendo antibióticos intravenosos. Há 10, ainda ingeria medicação por via oral.
O Homem de Ferro terá pela frente 514 quilômetros, de um total de 746, dentro do Deserto do Jalapão, com temperatura interna no cockpit do carro próxima aos 50°C. Isso depois de encarar uma maratona (série de duas etapas em que não é permitido qualquer auxílio mecânico aos competidores) que começou com 487 quilômetros (295 cronometrados) na segunda-feira (28), de Porangatu (GO) a Natividade (TO), e se completou apenas na terça (29) com outros 355 quilômetros de especial, num total de 424, entre Natividade (GO) e Palmas (TO).
- Estamos fazendo uma corrida de superação. Se me perguntasse há três meses, eu sinceramente não achava que estaria nessa condição. Nem o médico, que é meu amigo, achava. Minha maior dificuldade hoje é o preparo físico. Às vezes a cabeça manda e o corpo não quer obedecer. Mas acredito que o importante é andar todo dia. Estamos lutando - declara Franciosi.
Capoani vem acrescentando gritos de incentivo para o companheiro de equipe:
- O Franciosi vai tentando se manter hidratado, tomando algum energético, pois ainda está muito debilitado. Eu vou tocando pressão nele, chamando, mostrando que estamos na briga.
Superação
Homem de Ferro do Rally dos Sertões é gaúcho e enfrenta seu maior desafio
Natural de Casca, João Franciosi passou por três cirurgias no joelho e infecção generalizada antes do rali
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