A movimentação da economia nacional por causa da Copa do Mundo no Brasil chega também na Serra gaúcha. A vinda da Copa para o país afeta as empresas serranas, já que as cidades da região são candidatas a centros de treinamento. Abaixo, uma lista de empresas da Serra com participações importantes nas mudanças para a Copa:
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Sulmeta
A empresa Sulmeta, de Nova Bassano, foi contratada pela Andrade Gutierres para fornecer as estruturas metálicas da cobertura do Beira-Rio, em Porto Alegre. A nova estrutura, que cobrirá todas as arquibancadas do estádio, terá 40 metros de altura e utilizará quatro mil toneladas de aço sustentadas em 65 pilares. A empresa tem capacidade de produzir mil toneladas mensais em sua sede. Ela desenvolve estruturas para estádios de futebol, autódromos, passarelas, torres, pavilhões industriais, entre outros. A empresa também foi responsável por parte das estruturas do estádio Engenhão, no Rio de Janeiro.
Grupo Voges
O aeromóvel de Porto Alegre será impulsionado por motores do grupo Voges, de Caxias do Sul. O projeto, que fará a ligação direta entre a Estação Aeroporto e o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, apresenta um sistema rápido, seguro, confortável, econômico e sem prejuízo ao meio ambiente. A Voges participa no projeto com uma solução de acionamento que une motor elétrico e inversor de frequência. Além disso, o painel de controle também foi confeccionado pela empresa.
Lidio Carraro
O vinho oficial da Copa será elaborado e produzido pela vinícola Lidio Carraro, de Bento Gonçalves. A empresa familiar trabalha com o conceito de boutique, com produções controladas, pequenas e de alta qualidade. Com apenas 23 funcionários, a vinícola leva o nome de seu patriarca, filho de italianos do Vêneto. O mercado internacional representa hoje cerca de 30% das vendas da Lidio Carraro, que exporta para 18 países: 16 na Europa, além de Estados Unidos e Canadá. A produção, que atingiu 380 mil garrafas no ano passado, deve superar as 400 mil ao final do ano, dos quase 25 rótulos produzidos, de variedades como cabernet sauvignon, chardonnay, pinot noir, tannat, merlot e outras que foram trazidas pela família, como touriga nacional, tempranillo e nebbiolo. Com a Copa do Mundo, o faturamento deverá quase dobrar este ano: de R$ 3,1 milhões no ano passado, a previsão é chegar aos R$ 5,5 milhões.
Moschetta
Uma fábrica de Carlos Barbosa é a responsável por madeirados da Arena do Grêmio. Ainda que o estádio não esteja participando da Copa, a credibilidade de ter participado do novo estádio tricolor pode fazer com que a empresa participe das obras no Beira-Rio. A empresa não confirma, mas já negocia com o Internacional para também fornecer aberturas para o estádio de Porto Alegre na competição. Aqui no Estado, a Moschetta já produziu madeirados para o Teatro Ciee, Fiergs e Gerdau, na Capital, e Velopark, em Nova Santa Rita. Mesmo não contando com vendedores, eles enfrentam problemas para atender a demanda. Trata-se também de uma empresa familiar, com apenas 20 funcionários. Há dificuldade para expandir a produção por falta de mão-de-obra. O trabalho realizado não é simples, apesar da utilização de equipamentos, tem partes artesanais.
- Não é um trabalho simples. Temos muitos equipamentos, mas muito do trabalho é artesanal. Precisamos de mão-de-obra especializada. Como todos focam para os setores metal-mecânico, temos que formar nosso profissionais - afirma a gerente Denise Moschetta.
SCA
A empresa S.C.A. está em negociação com a Andrade Gutierres para fornecer os móveis do Estádio Beira-Rio. A moveleira já havia sido escolhida pela OAS Empreendimentos como fornecedora para a Arena. Os móveis foram produzidos para diferentes áreas do estádio, a começar pelos 134 camarotes e áreas de convivência, além das bilheterias, vestiários, cabines de controle e segurança, salas de imprensa, diretoria, treinador, árbitros, massagem, primeiros socorros e anti-doping.
Com foco no mundial de 2014 e nas Olimpíadas, a empresa de Bento Gonçalves está trazendo para a América Latina um novo conceito construtivo. O Total Accommodation é um sistema de conexão de módulos metálicos para uso doméstico e corporativo. Quando finalizados é só transportá-lo ao local de instalação e conectá-lo à rede elétrica e hidráulica.
- Essa é uma excelente solução para investidores que vislumbram atualizações ou construções principalmente com o advento dos eventos esportivos que irão acontecer no Brasil, como a Copa do Mundo e a Olimpíada - afirma o diretor superintendente da S.C.A., Sérgio Manfroi.
Obispa
A Obispa, de Bento Gonçalves, que produziu todos os puxadores dos móveis da S.C.A. para a Arena, também aguarda o desfecho do negócio com a Andrade Gutierres para ter seus produtos no estádio do Internacional. A intenção da empresa é de poder fornecer o maior número possível de produtos para as instalações e infraestrutura ligadas a Copa do Mundo.
Marcopolo
A Marcopolo fornece ônibus para transporte público em todo o mundo. Para a Copa no Brasil, a expectativa é que os investimentos das cidades-sede em transporte coletivo urbano representem um volume de 3 mil ônibus dos modelos BRT e BRS (andam em corredores segregados e tem piso baixo ou com plataforma de embarque/desembarque). Somente para o Rio de Janeiro já foram fornecidas cerca de 100 unidades. Polos turísticos sabem que, mesmo não estando diretamente vinculados ao mundial, receberão turistas. Florianópolis, por exemplo, já comprou 30 ônibus. Além disso, existem as candidatas a centro de treinamento, que também necessitarão de investimentos em transporte coletivo.
luiz.jacomini@pioneiro.com
mauricio.reolon@pioneiro.com
Reflexos
Um ano para a Copa do Mundo: empresas da Serra participam economicamente do Mundial
Sulmeta, Grupo Voges. Lidio Carraro, Moschetta, SCA, Obispa e Marcopolo são destaque em participação
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