O confronto desta quarta entre Brasil e Uruguai, às 16h, em Belo Horizonte, no Mineirão, remonta outro duelo entre os países acontecido em terras canarinhas. Há 63 anos, ocorria por aqui a primeira Copa do Mundo do Brasil.
Até hoje, não há brasileiro que não saiba do fatídico dia, do dia em que perdemos em casa para o Uruguai. Perdemos de virada, por 2 a 1. Todos sabemos do Maracanaço. Na época a imprensa inteira falava do favoritismo da amarelinha. Hoje, não é diferente. Já há até quem brinque com um eventual Mineraço.
Uma lembrança daquela época vale ouro para qualquer fanático por futebol. Adêmio Hofmeister, um pintor de 70 anos, tem uma relíquia só para si. Há 14 anos, ganhou do primo, ex-presidente da Federação Gaúcha de Futebol, um presente raro.
- Meu primo chegou para mim e disse: isso hoje não tem muito valor, mas vai chegar uma época que só vão falar sobre isso. Ainda vai valer bastante - diz seu Adêmio, falando da previsão do familiar de que haveria uma segunda Copa no país.
Era uma medalha da Copa do Mundo de 1950, que de um lado tem o símbolo do mundial e do outro o Maracanã.
- O pessoal duvida de mim. Dois dias atrás, fui num restaurante e o dono só faltou me chamar de mentiroso. Voltei lá e mostrei. Ele não acreditava. Saiu, entrou numa sala. Quando voltou, deixou um maço de dinheiro na minha perna. Mas preferi não fazer nada. Me ofereceu R$ 2 mil - conta ele.
Quanto valeria para você ter uma medalha da Copa do Mundo de 1950?
Com apenas sete anos de idade, à época do torneio internacional, Adêmio não tem lembranças dos jogos. Conta que, na Santa Rosa, de meados do século passado, não havia televisão, rádio nem nada.
Até hoje, o pintor não tem relação alguma com futebol. Talvez por isso seja tão frio em relação à relíquia que carrega consigo. Quanto vale para ele o presente?
- Para mim, é só um pedaço de bronze. Não valeria nada, mas como tem gente interessada, algum valor deve ter. Só sei dizer que isso aqui foi de uma derrota do Brasil.
Presente
Empresário de Caxias do Sul é dono de medalha da Copa do Mundo de 1950
Relíquia do tempo do Maracanaço foi dada por primo e estava guardada até hoje
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