Com a proximidade da Copa do Mundo, a relação de italianos e seus descendentes na Serra tende a ficar ainda mais íntima. Muitos italianos não imaginam que o Brasil oferece muito mais do que praias e Carnaval.
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É o caso dos estudantes italianos Giulia Scavizzi e Edoardo Marrelli. Os dois intercambistas não faziam ideia do que encontrariam em Caxias do Sul.
- Ninguém na Itália sabe da colonização italiana. Ninguém conhece geografia. Quando disse que ia para o Brasil, meus amigos me perguntaram se eu estava indo para a praia - afirma Giulia, 21 anos.
- Eu sabia que os italianos tinham vindo para a América e só - completa Edoardo, 20. Giulia e Edoardo vieram da província de Latina, próxima a Roma, para estudar Administração e Direito na UCS.
A universidade caxiense mantém relações com universidades no Exterior, como a Sapienza, de Roma, de onde vieram os estudantes. Eles dividem um apartamento com um brasileiro em Farroupilha. O intercâmbio no Brasil se dá, além da curiosidade turística, pela busca de alternativas de mercado depois da crise financeira europeia, reforçada pela marcante atuação brasileira na economia mundial, conforme destaca o estudante:
- Sempre quis conhecer o Brasil e, com a crise, temos que abrir nossos olhos para os países que estão se desenvolvendo.
Sobre semelhanças e diferenças entre o ensino universitário dos dois países, Giulia ressalta uma grande vantagem:
- A universidade brasileira é mais focada no desenvolvimento da pessoa, e a pessoa desenvolve o país. Aqui, as pessoas estudam e trabalham ao mesmo tempo, e isso com 20 anos. Na Itália, se estuda, se forma e, só depois, se trabalha. Um jovem brasileiro tem muito mais experiência do que um italiano.
Em termos culturais, algumas curiosidades chamaram a atenção dos novos italianos que moram em Caxias. O trânsito, por exemplo, é um assunto bastante comentado.
- Acho muito parecida a maneira de dirigir. Aqui, dirigem mal e, na Itália, é o mesmo. Mas lá, eles param para os pedestres atravessarem - afirma Edoardo.
Em relação à gastronomia, sentem-se em casa.
- Não mudei meus hábitos - diz ele.
- A comida daqui me faz sentir na Itália. É muito parecido. Tem polenta, cappelletti - enumera a jovem estudante.
Quanto ao futebol, ambos são torcedores fanáticos da Lazio e, claro, da seleção Azzura. Giulia pretende assistir à partida entre Itália e México, no Maracanã, no próximo dia 16:
- Não sei se vamos ganhar a Copa das Confederações, mas do México ganhamos com certeza.
Já Edoardo conheceu de perto o meia brasileiro Hernanes, ídolo na Lazio, mas explica que apesar da gentileza, não vai torcer pelo Brasil:
- Pedi uma camiseta autografada para ele. Passou uns dias e ele me deu. Mas vou torcer para a Itália mesmo.
Giulia e Edoardo voltam para a Itália até o final do mês, após quase três meses na Serra. Talvez voltem no ano que vem se a seleção italiana escolher treinar no Rio Grande do Sul no período pré-Copa.
Itália
Copa das Confederações: italianos sentem-se em casa em Caxias do Sul
Giulia Scavizzi e Edoardo Marrelli são fanáticos pela Azzura
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