Dona Maria Tereza Spalding Verdi, 80 anos, refere-se ao Hospital Pompéia com orgulho, como se falasse de um filho querido.
- As pessoas têm um grande amor pelo hospital. Ou porque nasceu, teve um filho lá ou algum parente recebeu cuidados... É uma instituição que nunca deixou de receber as pessoas de braços abertos, mesmo em época de grande dificuldade - elogia ela, que é presidente do Pio Sodalício Damas de Caridade, grupo fundado em 12 de agosto de 1913 e que deu origem à instituição.
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para os 100 anos do Hospital Pompéia
Até chegar ao Pio Sodalício, Maria Tereza atuou em diversas instituições de Caxias do Sul. Nascida em Porto Alegre, mudou-se com o marido, Cesar, para a Serra em 1975, quando ele veio trabalhar na Metalúrgica Eberle. Como o marido era ligado ao Rotary, presidiu a Casa da Amizade.
Dirigiu a antiga Febem no governo Jair Soares, a Comissão Municipal de Amparo à Infância (Comai) na gestão de Mario Vanin e também ajudou a criar a Liga Feminina de Combate ao Câncer em Caxias. O convite para integrar o Pio Sodalício veio em 1997, quando Maria Alberti Cesa era a presidente. Na entidade, mergulhou profundamente na história do hospital e do grupo de voluntárias que passou a comandar quatro anos mais tarde.
- Presidir o Pio Sodalício é uma responsabilidade enorme, mas também traz uma satisfação muito grande. A equipe do hospital é fantástica, há um ambiente de cordialidade e de amizade - elogia.
Habituada ao trabalho comunitário, Maria Tereza procurou, em sua gestão, estreitar os laços com os funcionários, fortalecendo ou criando novos projetos que pudessem beneficiá-los. É ideia dela a feirinha de roupas, calçados e acessórios vendidos a preços simbólicos todo dia de pagamento. Também é proposta da presidente distribuir agrados em datas comemorativas como Dia das Mães, Dia dos Pais e Natal.
- Antes, o Pio atuava mais na área administrativa. Quando eu assumi, percebi que faltava dar um pouco mais de atenção a quem trabalhava lá dentro - afirma, acrescentando que cada uma das damas adota um setor do hospital e a cada dois meses promove uma atividade, que pode ser uma conversa ou a distribuição de balas e doces, por exemplo.
Se engana quem pensa que as senhoras do Pio Sodalício se reúnem apenas para tomar chá. Conforme Maria Tereza, além do tradicional grupo de costura, que fabrica enxovais para presentear mamães pobres que dão à luz seus filhos no Pompéia, as voluntárias se mobilizam para vender ingressos de almoços beneficentes, recolher donativos na comunidade e arrecadar material de higiene, fraldas infantis e geriátricas para doar aos pacientes do SUS.
Muitas das damas também integram a Pastoral da Saúde, revezando-se na visita aos doentes e na distribuição da comunhão. Diante de uma dificuldade, juntam esforços como uma verdadeira família:
- Teve uma vez que o hospital passou por uma dificuldade e estava precisando de roupa de cama. Fizemos um mutirão e mobilizamos todas as voluntárias a costurar as peças. Conseguimos confeccionar cerca de 2 mil lençóis - recorda Maria Tereza. Em 100 anos de trabalho, ninguém sabe dizer quantas pessoas essas mulheres já ajudaram.
Em depoimento ao hospital, a presidente do Pio Sodalício uma vez disse que tinha satisfação de andar pelos corredores e de ser reconhecida pelas pessoas. "Não sei como seria se ele (o hospital) não existisse", disse.
Felizmente, dona Maria Tereza, o Pompéia existe e está de portas abertas para atender os pobres, como queriam suas antecessoras, lá em 1913.
Solidariedade
100 anos do Hospital Pompéia: conheça Maria Tereza Spalding Verdi, presidente do Pio Sodalício Damas de Caridade
Habituada ao trabalho comunitário, Maria Tereza procurou, em sua gestão, estreitar os laços com os funcionários
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