Depois de subir no caminhão dos bombeiros e rodar Veranópolis em carreata, o goleiro Cássio, campeão mundial com o Corinthians no último domingo e eleito o melhor jogador da competição, reuniu familiares e amigos em um jantar no Clube de Caça e Pesca do município.
Com sorriso largo no rosto, o filho de Maria de Lurdes Ramos cumprimentou um por um dos convidados e fez questão de entrar na cozinha do restaurante e apertar a mão dos churrasqueiros e garçons. Depois da festa do título, ele fica na cidade até o final do ano para descansar e se recompor do que considera o melhor período de sau carreira.
- Nos meus maiores sonhos não sonharia com o que aconteceu nessa temporada, espero dar continuidade jogando nesse nível para ficar marcado na história - comemorou.
Com essa simplicidade e humildade destacada, Cássio concedeu entrevista ao Pioneiro. Confira os principais trechos:
Depois de conquistar o mundo no domingo, a ansiedade era muito grande para encontrar a família e essa multidão em Veranópolis?
Era grande, depois do título entrei no vestiário e liguei para os meus familiares, eles são minha inspiração, sempre foram por tudo que a gente passou juntos, sempre me apoiaram do começo ao fim então esse título dedico a eles.
Isso fica evidente na tua primeira entrevista depois do mundial, quando tu mandou um abraço para toda a cidade e para a família.
Com certeza, o que aconteceu hoje (quinta-feira) vai ficar marcado na minha cabeça e no meu coração. É sem explicação, só tenho que agradecer a todos que vieram, todo o carinho e a confiança que depositaram em mim.
Geralmente, quem ganha o prêmio de melhor jogador de uma competição é um atacante, um artilheiro. Você imaginava, depois do jogo que poderia ganhar a bola de ouro?
Eu recém tinha conquistado o mundial, estava tão pilhado que eu nem pensei em bola de ouro nada. Acabei ganhando, mas todo mundo ajudou, esse prêmio é de todos.
Seleção é um objetivo da tua carreira já para a próxima convocação?
Só vou focar no meu trabalho no Corinthians, se for convocado vou ficar muito feliz, é sempre bom defender a Seleção. Vou continuar trabalhando e fazendo o melhor no Corinthians.
Em cima do caminhão de bombeiros, você olhando toda a cidade via o pessoal na rua, teus amigos e até desconhecidos, todos te aplaudindo em reverência. Já imaginou que o guri que saiu daqui de Veranópolis, que era um meia-esquerda ruim, ganhou o mundo no Japão e talvez possa chegar à Seleção?
É gratificante o carinho que recebi do pessoal de Veranópolis, não só hoje, mas sempre. É legal quando eu paro para pensar e olho para tudo que passou e onde estou agora, mas não consegui nada sozinho, conquistei o título, mas foi com ajuda de outros companheiros e com grande ajuda dos meus familiares que acreditaram no meu sonho.
O que marcou mais: a recepção da fiel com trio elétrico e milhares de pessoas em São Paulo ou a recepção em Veranópolis?
As duas foram sem palavras, o que a torcida do Corinthians vem fazendo é impressionante e aqui ser recebido por toda essa multidão, todo mundo nas janelas, são coisas que guardo no coração e dificilmente se esquece uma coisa assim.
Vai ficar em Veranópolis nas férias?
Vou sim, tenho que descansar. É importante sair um pouco do futebol, ano que vem vai ser um ano difícil, o Corinthians é o time a ser batido, tem que estar bem preparado para conquistar mais títulos.
Qual foi o momento mais difícil e o que mais te marcou nessa conquista?
Não teve um momento mais difícil, o Tite preparou muito bem o time, estávamos muito concentrados. Um momento que recordo é que a gente acreditava que ia ganhar o título, nunca deixamos de acreditar. Não foi só os jogadores, o Tite e a comissão técnica estavam aceditando junto.