Os últimos dois anos conduziram a carreira do zagueiro Matheus Bressaneli, 19 anos, entre alegrias e dificuldades. Depois de passar por momentos e ruins no ano passado, ele tem a chance de brilhar nos gramados da Europa, com a proposta de estágio recebida do Lille, time da primeira divisão da França, para onde viaja nesta segunda-feira.
O caminho parece curto, mas foi percorrido com a superação de muitos obstáculos. Entre os altos e baixos da carreira de dois anos no futebol profissional, Bressan viu de perto a maior dificuldade quando uma infecção no pulmão o deixou fora de jogo por cinco meses.
O zagueiro enfrentou o longo tratamento, a fase de recuperação, e passou por cima da doença. Voltou a jogar e, quando menos esperava, acabou assediado pelo futebol europeu. Agora, não pensa em recusar a proposta que pode mudar os rumos da breve carreira para sempre.
Os primeiros passos que elevaram Bressan à categoria profissional foram dados em 2010, depois de 10 anos de treino nas categorias de base do Juventude, onde pisou pela primeira vez aos nove anos. O destaque, conquistado com atuações consistentes, veio na Copa São Paulo e na Taça Belo Horizonte de Futebol Júnior, quando o Juventude caiu somente nas semifinais frente aos futuros campeões, São Paulo e Coritiba, respectivamente.
No mesmo ano, o Juventude cruzou a barreira da semifinal e foi campeão gaúcho sub-20, com Bressan como titular na zaga. As atuações e a conquista do time fizeram com que não só Bressan mas boa parte do grupo sub-20 fosse promovido à equipe principal. E é a partir desse ponto, o início da carreira profissional, que Bressan precisou aprender a conviver com os maiores obstáculos.
O primeiro deles foi a falta de espaço no time titular. Acostumado a entrar em campo em todas as partidas, o zagueiro passou a ser uma peça de reposição para titulares lesionados. Assim, iniciou apenas cinco partidas na primeira temporada, no Gauchão de 2010. Na Série C, foram duas. Três no Gauchão de 2011 e apenas uma este ano.
A broncopneumonia, infecção que atingiu o sistema respiratório do jogador, apareceu de surpresa, em agosto do ano passado, para interromper um ano que prometia ser de afirmação, com direito a convocação para a seleção brasileira sub-18 e um título internacional na Copa do Mediterrâneo. Três meses em casa enfrentando um tratamento a base de antibióticos e injeções a cada 15 dias, seguidos de um mês dedicado apenas ao retorno às atividades físicas, deixaram Bressan fora da Série D e da Copa FGF em 2011.
- Estes cinco meses parado me prejudicaram muito. Conversava com o Picoli (ex-técnico) que o ano passado era para dar certo para mim. Estava crescendo na carreira mas perdi ritmo de jogo e, principalmente, a confiança. Só quero esquecer, mas, ao mesmo tempo, me fortalece saber que, hoje, tenho saúde e estou treinando - lembra Bressan.
A infecção, que começou de forma silenciosa, se agravou, mas, segundo o jogador, não deve comprometer o futuro.
- Estou completamente recuperado. O médico atestou que estava pronto para jogar. Estou liberado para qualquer atividade física - afirma o zagueiro, que agora tem uma das grandes chances de sua recente carreira.
