Quando o Grêmio decidiu vender o zagueiro Réver, escrevi que tratava-se de um negócio perigoso, embora compreendesse as urgências financeiras do clube.
Não apenas por conta da perda da principal referência defensiva, mas sobretudo por que era mais uma perda entre outras: Douglas Costa, Maxi López, agora Souza por lesão. Em um grupo carente, sem titulares para algumas posições, cada perda é um drama.
Não sei de onde tiraram que o grupo deste ano é melhor do que o do ano passado. Não concordo. Houve perda evidente de qualidade. Foi dito que era um Grêmio melhor antes de o time entrar em campo. Como saber se os reforços dariam certo ou não antes de vê-los em ação em conjunto?
O empate com o São Luiz é reflexo disso. Qualidade: o Grêmio perdeu qualidade de lá para cá. Para além de questões táticas, é este o ponto.
Imagine: saiu Réver, entrou Maurício. Saiu Douglas Costa, jovem promessa que terminou 2009 em bom nível, entrou Hugo, um jogador mediano de 29 anos. Mesmo a saída de Máxi López foi ruim.
O argentino não era craque, claro que não, mas a ideia para 2010 era acrescentar, e não trocar um por outro. A torcida se identificava com ele. O argentino virou ruim depois que foi embora. Antes, era uma grande redescoberta festejada pela direção e ídolo da torcida.
Celso Roth não deu certo, Paulo Autuori decepcionou, a revelação Silas agora é vaiado pela torcida. Se nenhum treinador parece estar certo, seria este o problema?
Silas está se virando: tenta três zagueiros, volta ao 4-4-2, retorna ao trio. Ele está tentando suprir as carências, embora cometa seus erros - um deles é a insistência com Ferdinando, enquanto o garoto Fernando está pronto para entrar no time.
O problema não é Silas. Na lateral-direita, o técnico do Grêmio tem Joílson ou Mário Fernandes. Se escalar Mário Fernandes, deixa a zaga com Rafael Marques e Maurício. Complicado. E na lateral-esquerda? Há Fábio Santos e Lúcio, ninguém mais. O Grêmio precisa buscar qualidade. Talvez melhore com Douglas. Pode ser.
Mas esta é a questão principal neste Grêmio vacilante de começo de temporada. Qualidade. Ou a falta de.
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O problema não é Silas, mas a falta de qualidade
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