O único problema de um Gre-Nal do Gauchão como o de ontem, logo no começo da temporada, é ele enganar. Para o bem, no caso do Inter. Para o mal, no caso do Grêmio.
Ficou claro o que se dizia antes do clássico. O Inter tinha mesmo um leve favoritismo por ter mantido o grupo do ano passado, enquanto o Grêmio desatou a perder jogadores importantes (Maxi Lopez, Douglas Costas, Rever).
Mas o Inter não deve entender que o time está pronto para encarar a Libertadores em condições de ser campeão apenas pela vitória por 1 a 0. E nem o Grêmio, apesar das carências, precisa entrar em parafuso, condenando o técnico Silas ao desterro pelos erros de Erechim.
Aliás, o Grêmio que não se engane: Celso Roth, Paulo Autuori, agora Silas. Será que o problema é o treinador? Quando nenhum deles resolve, o ponto central está na qualidade dos jogadores montado pela direção. Falta talento.
São as questões de sempre: não há lateral-direito, o nível dos volantes é apenas mediano com Adilson e Ferdinando, Souza se desinteressa e não pode passar do acessório que sempre foi a craque do time, enfim: o torcedor gremista conhece os males que o afligem muito bem. O bom no Olímpico é sempre o que está na reserva ou por ganhar uma chance no time.
O Inter, apesar da vitória justa no Gre-Nal por ter sido o que menos errou, segue com uma deficiência que pode atrapalhar lá na frente. Falta um jogador de primeira linha para compor o ataque com o centroavante.
Taison, novamente, sucumbiu a marcação. Edu, que teve uma sorte danada no lance do gol, quando a bola bateu na sua nuca e se ofereceu para Alecsandro chutar e decidir o Gre-Nal, é uma incógnita com seus problemas musculares recorrentes. Kleber Pereira, 34 anos, é da mesma função que Alecsandro. Pode dar certo, mas é fato: eles não são complementares.
Sempre é bom lembrar: a exigência do Inter este ano é infinitamente superior à do Grêmio. O Inter quer ser campeão da Libertadores, e seus adversários se reforçaram muito. O Grêmio tem a Copa do Brasil sem os melhores brasileiros pela frente. É um oceano a diferença de necessidades.
O Gre-Nal não pode, portanto, enganar. Para o bem ou para mal.
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O Gre-Nal não pode enganar ninguém
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