O objetivo era apresentar as perspectivas econômicas para 2017. No entanto, o que se viu no auditório da CIC Caxias do Sul foi uma aula de economia, principalmente na área da indústria. Comandado pelo Simecs, o seminário Perspectivas Econômicas 2017 levou para o palco feras no assunto e que atuam nas maiores empresas do setor metalmecânico.
O presidente do Simecs, Reomar Slaviero, abriu o encontro com os números de Caxias. No primeiro trimestre deste ano, o faturamento da indústria amargou queda de 7,99%, em relação ao mesmo período de 2016. Se a soma for dos últimos 12 meses, o tombo supera os 17%.
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Houve uma variação positiva de fevereiro para março, puxada principalmente pelo setor automotivo, que cresceu mais de 30%. A previsão é de que 2017 fature R$ 10,4 bilhões – queda de 20, 9% em relação a 2015. Em 2016, o faturamento foi de R$ 11,3 bilhões.Por outro lado, o emprego no setor não crescia desde 2013. O primeiro trimestre criou 839 vagas. Em 2016, a redução foi de 10%, com fechamento de 3,7 mil postos. Nos últimos três anos, foram 17,5 mil a menos.
'Estamos numa maratona'
O COO (diretor de operações) das empresas Randon, Alexandre Gazzi, foi enfático:
– Estamos produzindo com os custos atuais (mão de obra + aços + insumos), com os preços médios de quatro anos atrás e os volumes de 15 a 20 anos. É fácil? – questiona.
A crise, segundo ele, obrigou a empresa a fazer ajustes audaciosos.
– Desmobilizamos, seguramos investimentos e focamos no caixa. Tentamos nos reorganizar para um novo momento e modelo de negócios – declara.
Ele informa que a ociosidade da indústria de caminhões e ônibus está em 75%. Em automóveis e autopeças, a ociosidade chega a 50%.
– São patamares elevados. Ele conta que, quando as empresas se deram conta, a crise já imperava no mercado.
– Já estávamos no precipício. Ninguém estava prevendo uma crise tão aguda. Nós estamos em uma maratona e não em uma corrida de 100 metros – anuncia Gazzi.
Economia
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Ivanete Marzzaro
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