Principais lideranças empresariais e sindicais da Serra gaúcha estão dando um voto de confiança ao governo do presidente interino Michel Temer. A aposta é na equipe econômica, comandada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Predominam expressões como "organizar a casa", "colocar o Brasil nos trilhos" e "reconquistar a confiança dos brasileiros e do mercado".
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Na reunião almoço desta segunda-feira, na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, disse que espera uma "pacificação" dos empresários e trabalhadores.
– Estamos angustiados, mas não temos outra saída a não ser acreditar. Não lembro do país ter enfrentado duas crises juntas: política e econômica.
Ele acredita no potencial e experiência de Henrique Meirelles.O presidente da CIC, Nelson Sbabo, compartilha da mesma posição:
– Precisamos confiar – destacou no encontro desta segunda.
O presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do RS, Francisco Ferrer, apoia as medidas do novo governo e está aguardando a confirmação de uma reunião com o novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP) em que será apresentada a real situação:
– É imperiosa (a crise). Não temos nada de progresso, mas vamos tentar acreditar.
Segundo Ferrer, os 1.756 hospitais filantrópicos do país têm uma dívida de R$ 21 bilhões – com bancos, fornecedores, salários e cargos sociais.
– Esses hospitais representam 54% do SUS e 62% dos atendimentos de alta complexidade – revela.
Opiniões do empresariado
– Nos meus 86 anos de vida e mais de 60 como empresário, nunca vi uma crise igual a essa. Vai ter que sair dessa, não tem saída. O Brasil não vai morrer – Raul Randon, fundador do Grupo Randon
– É cedo para fazer uma avaliação. Mas dá para adiantar que temos um redimensionamento. Está melhor do que antes (referindo-se ao governo da presidente afastada Dilma Rousseff) – David Randon, presidente do Grupo Randon
– Não temos alternativas, temos que confiar. Pior do que estava, não vai ficar – Paulo Bellini, presidente Emérito da Marcopolo
– Estou confiante. As medidas estão certas. Algumas precisam passar pelo Congresso para aprovação, e Temer conseguiu a primeira vitória ao elevar o teto do superávit para R$ 170 bilhões. A Reforma da Previdência é importantíssima, e a idade mínima da aposentadoria é o caminho certo. Todos os elementos da equipe econômica têm experiência e competência de alto gabarito – José Antonio Fernandes Martins, vice-presidente de Relações Institucionais da Marcopolo
Economia
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