A nova subestação caxiense foi instalada, principalmente, para acompanhar o momento de expansão da cidade e não por falhas das existentes, já que a região não tem apresentado nenhum déficit recente de energia. Ironicamente, porém, é justamente o valor da energia que costuma ser apontado pelo empresariado como uma ameaça real ao desenvolvimento da indústria caxiense.
No final de abril, uma audiência pública reuniu dirigentes do setor, além de representantes da RGE e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para debater o tema. Na época, foram apresentadas pela agência reguladora propostas preliminares de redução para o segundo semestre: 10,5% para o consumidor de baixa tensão (residências, pequenas empresas e propriedades rurais) e 5,5% para a indústria.
O índice não agradou nada os representantes do principal motor econômico da cidade. Orlando Marin, presidente do Sindicato das Indústrias de Materiais Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), destaca que a RGE cobra 30% a mais do que as outras companhias do Estado e 40% a mais do que a empresa que atua no Paraná.
- É sempre a indústria que está tendo que pagar o pato. Já temos um custo maior em logística por estarmos longe dos grandes centros consumidores e ainda pagamos muito mais pela energia. Assim acabamos perdendo muita competitividade - destaca Marin, ressaltando que recentemente o Simplás entregou para a Aneel uma análise comparativa das tarifas de energia no Estado juntamente com a reivindicação de redução imediata de 15% no custo da tarifa.
O dirigente destaca também que o empresário caxiense não tem como fugir dos valores cobrados pela RGE. A única alternativa são os geradores, mas além do kilowatts/hora ser mais caro, há um grande investimento inicial para quem recorre a eles:
- O kilowatts/hora da RGE custa cerca de R$ 0,20 e do gerador é R$ 0,35. Das 18h às 21h, porém, o valor do kilowatts/hora da RGE vai para R$ 1,50 em função do alto uso de energia da população e isso encarece demais a produção das empresas que funcionam 24 horas por dia. É nesse período que a maioria ocupa os geradores, mas nem todo mundo tem R$ 150 mil para desembolsar nessa alternativa - explica.