
Quando se pensa numa orquestra, é comum lembrar de violinos, instrumentos de sopro, talvez um piano ou uma harpa. A viola, no entanto, não é costumeiramente associada à música clássica, embora seja um instrumento rico em timbres e recursos técnicos. E, na noite desta quinta-feira, ela será a estrela do projeto Quinta Sinfônica, com a Orquestra Sinfônica da UCS (Osucs) e convidados, no UCS Teatro.
– A viola é um instrumento muito rico e, às vezes, pouco conhecido, mas que vem evoluindo muito ao longo dos últimos dois séculos – lembra o solista convidado, Alexandre Razera, que responderá pela viola em duas das peças do programa, Romance para Viola e Orquestra em Fá Maior, de Max Bruch, e Rapsódia – Concerto para Viola e Orquestra, de Bohuslav Martinu.
Natural de Piracicaba (SP) e com um currículo que inclui passagens como músico convidado em orquestras alemãs – entre elas, a conhecida Filarmônica de Berlim –, Razera destaca que essas peças têm em comum o fato de serem extremamente líricas:
– O Romance traz temas lindos e muita intensidade dramática, Bruch explora muito bem os timbres mais ricos da viola e consegue fazer com que a orquestra dialogue de uma maneira intensa e, ao mesmo tempo, sem encobrir o solista. O Concerto de Rapsódia alterna trechos melodiosos com outros bem rítmicos e virtuosos – descreve.
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O romantismo e o lirismo que permearão o concerto também são destacados pelo maestro convidado, Linus Lerner, que participou recentemente do Gramado in Concert e é diretor artístico e regente da Southern Arizona Symphony Orchestra (EUA) e da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, além de já ter regido grupos em países tão distantes quanto China e República Tcheca, entre vários outros.
– O público vai ver um concerto muito bonito, com um instrumento que não se vê muito. O (concerto de) Martinu é importante para mostrar os tons que a viola pode produzir, e também seu virtuosismo – completa, acrescentando que no Romance o instrumento soa quase como um violino.
A Osucs interpretará ainda outras duas composições: English Folk Songs Suite, de Ralph Vaughan Williams, e Variações sobre um tema de Joseph Haydn, de J. Brahms.
A viola
A viola utilizada numa orquestra é bem diferente daquela que se vê costumeiramente na música tradicionalista gaúcha, semelhante ao violão, e da viola caipira. Ela se assemelha a um violino, mas é maior e mais grave do que ele. O violista Alexandre Razera destaca que o som desse instrumento é extremamente rico, indo do grave até o agudo.
– O violino não tem um grave tão bom quanto uma viola. O violino tem uma corda sol, que é a mais grave, e a viola tem uma corda dó, uma quinta mais baixo. Ao mesmo tempo, a viola também vai para o bem agudo, não tanto quanto o violino.
Ele acrescenta que o violino "virou moda" durante o barroco e o romantismo, porém atualmente a viola tem estado em alta, com vários compositores apostando em concertos solo para esse instrumento, que reúne tanto o lado lírico e melodioso quanto o virtuosístico.
Agende-se
O que: concerto Quinta Sinfônica
Quando: nesta quinta, às 20h30min
Onde: no UCS Teatro
Quanto: R$ 10 e R$ 5 (estudantes e idosos), à venda na Loja UCS Store (Galeria Universitária) e na Livraria do Maneco