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Um jazz e um baião abrirão o repertório que a Orquestra Municipal de Garibaldi mostra neste domingo, em comemoração ao aniversário de 116 anos do município. A ideia é escancarar logo de cara o potencial eclético de uma Big Band, justamente o formato que o maestro Gilberto Salvagni (também regente da Orquestra Municipal de Sopros de Caxias) comanda em Garibaldi. A formação, fundada há cinco anos, carrega essa característica de priorizar a veia popular ao invés dos repertórios mais eruditos entoados por outras formações sinfônicas. Ou seja, ao invés de abrir com Mozart, por exemplo, a orquestra vai mostrar Sing, Sing, Sing, de Louis Prima; e Baião de Lacan, de Guinga.
– As big bands são orquestras com uma maior representação da música popular. Descendem mais da música americana do que da europeia – explica Bebeto, como é chamado o regente e diretor musical da orquestra.
Seguindo o formato das bandas que acompanhavam os artistas de jazz nos Estados Unidos – os chamados combos – a Orquestra Municipal de Garibaldi tem bateria, guitarra, piano, baixo e sopros, mais especificamente quatro trompetes, quatro trombones e cinco saxofones. As apresentações costumam ter versões de canções cantadas, o que facilita inclusive as participações especiais. É o caso do concerto deste domingo, que receberá o músico Nei Lisboa. Assim, depois da breve abertura, o espetáculo foca atenções no repertório do caxiense radicado no icônico bairro do Bom Fim (Porto Alegre).
– Para mim, que fiz os arranjos, vou te dizer que o repertório do Nei é filé migon. Você escuta e a cabeça já começa a brotar ideias, é muito sugestivo – elogia o maestro.
Bebeto e Nei se conheceram quando o maestro fazia parte da Banda Municipal de Porto Alegre, que acompanhou o cantor/compositor em alguns shows. A amizade da dupla rendeu convite para Nei se apresentar ao lado da Orquestra Municipal de Sopros de Caxias, em 2015 – antes disso, o compositor já havia tocado com a Orquestra Sinfônica da UCS, tornando quase tradicional a aparição do artista em concertos.
– Cada vez é uma experiência única, até porque são formações diversas. E é um aprendizado sempre importante, vivenciar um outro olhar para as minhas composições, outra interpretação. Acho que todo mundo ganha com essas trocas, eu me sinto premiado a cada convite para um trabalho assim – aponta Nei Lisboa.
Em Garibaldi, o repertório enfatizará a trajetória de Nei (incluindo as preferidas do maestro: Pra Te Lembrar, Baladas e Babalú), mas terá ainda palhinha do show especialmente dedicado ao jazz, que os dois farão juntos em Porto Alegre, no dia 25 de novembro. A escolhida se chama Mack the Knife, celebração certeira da parceria e do amor da dupla pelo jazz e pelas big bands.
PROGRAME-SE
:: O que: concerto da Orquestra Municipal de Garibaldi com Nei Lisboa
:: Quando: neste domingo, às 20h
:: Onde: Clube 31 de Outubro (Travessa Emígdio Jacinto Ferreira, 20), em Garibaldi
:: Quanto: entrada franca