Caxias recebe espetáculo de bonecos nesta terça

Se você vai assistir à peça Criaturas de Papel, que o grupo cearense Bricoleiros apresenta nesta terça-feira no Teatro do Sesc, em Caxias, prepare-se: em alguns momentos, você poderá esquecer que está vendo uma peça de marionetes e imaginar que a trama no palco faz parte de um filme de animação. Isso porque, além do uso do teatro negro, com uma luz específica que "esconde" os atores em grande parte da apresentação, a manipulação detalhista dá aos bonecos movimentos fluidos e quase humanos.

- A peça vem agradando muito ao público por onde temos passado - diz o diretor da peça, Cristiano Castro, um dos fundadores do Grupo Bricoleiros.

Ele conta que esse espetáculo de bonecos usa uma técnica nova de manipulação direta e por vara em arco, inspirada no trabalho de um grupo japonês, o Kawasemiza. É também da Terra do Sol Nascente que vem a inspiração dos bonecos, feitos com dobraduras de papel branco, da mesma forma que os cenários.

A trama fala em encontros e partidas, amizades, amor e vínculos, a partir de um menino-papel e dos amigos que ele vai fazendo. A linguagem utilizada é universal: os gestos. Terceiro espetáculo do grupo fundado em 2004, Criaturas de Papel está em cartaz desde 2011 e já incursionou por vários pontos do Brasil, e também por outros países. No Rio Grande do Sul, essa é a primeira turnê do grupo, iniciada em maio com um apresentação em Porto Alegre e que integra a 18ª edição do Circuito Sesc Palco Giratório. 

Inicialmente, a peça foi pensada para o público adulto. Entretanto, com o início das apresentações, a trupe foi percebendo que funcionava também com as crianças, que elas entendiam a mensagem.

- É uma peça para todas as idades, para a família - resume o diretor.

Os bonecos são confeccionados pelo próprio grupo, a partir de pesquisas e experimentos com materiais _ afinal, o nome "Bricoleiros" não é à toa, remetendo à bricolagem, ao "faça você mesmo". 

- Cerca de 70% do material usado nos bonecos é reciclado - explica Castro.

Um atrativo adicional é que, findo o espetáculo, o público poderá conferir de pertinho esses bonecos - e até tocar neles, garante o diretor.